
Por Luciano Lima
Em novembro de 2023, Cleriston Pereira da Cunha, carinhosamente chamado por amigos e familiares de ‘Clezão’, morria em decorrência de um infarto fulminante no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Clezão, que foi preso por participar dos atos do dia 8 de janeiro de 2023, ficou quase 1 ano preso sem julgamento ou condenação, além de ter implorado por atendimento médico adequado. A família e os advogados pediram, por diversas vezes, a prisão domiciliar por considerarem grave a situação de Cleriston. Não tiveram o pedido atendido.
Nesta sexta-feira (11), o deputado federal Chiquinho Brazão, acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes, recebeu a “clemência” do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
E o mais inacreditável: o processo de cassação do deputado Chiquinho Brazão completou, nesta última quinta-feira, 10 de abril, um ano em tramitação na Câmara. Preso desde março de 2024, o congressista segue recebendo salário mesmo afastado das atividades parlamentares. O que está acontecendo, presidente Hugo Motta?
Brazão está preso no presídio federal de Campo Grande e deverá ficar em prisão domiciliar, além de cumprir medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de utilizar redes sociais, ter contato com outros investigados e receber visitas sem autorização.
O Brasil não é para amadores e é o único país do mundo onde a “moeda só tem um lado”.
*Luciano Lima é historiador, jornalista e radialista