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Médico que tratou do Papa Francisco revela novos detalhes sobre seus momentos finais: 'Ele não percebeu'

 Sergio Alfieri contou ter encontrado o Pontífice 'cansado' no sábado e, depois, já 'inconsciente', na segunda


Por El Tiempo — Roma

Sergio Alfieri, cirurgião do Papa Francisco, dá entrevista coletiva após procedimento — Foto: Tiziana Fabi/AFP

Sergio Alfieri, o médico que tratou o Papa Francisco durante os 38 dias em que ele ficou internado no Hospital Gemelli, em Roma, revelou novos detalhes sobre os últimos dias do Pontífice argentino e os minutos antes de sua morte na segunda-feira. De acordo com a certidão de óbito publicada pelo Vaticano, Francisco morreu às 7h35 (horário local) em decorrência de um derrame que o deixou em coma e com insuficiência cardiocirculatória irreversível.

Alfieri revelou que, nos dias anteriores, o Papa estava convalescendo, mas parecia cansado. Ele também revelou que ao chegar na segunda-feira à residência Santa Marta, onde o Pontífice morava, ele o encontrou ainda vivo, embora inconsciente.

O médico indicou que, em sua conversa com o Santo Padre no sábado, Francisco lhe disse que tinha ido visitar os presos, mas que desta vez não conseguiu lavar os pés deles, como era sua tradição na Quinta-feira Santa. O Papa, disse Alfieri, "ficou com o coração partido" com isso. O próximo contato dos dois se deu na segunda, com o Pontífice já em coma.

Alfieri contou que, quando chegou ao local, Francisco tinha oxigênio e soro intravenoso, mas não estava mais consciente.

— O Santo Padre ainda estava vivo, seus olhos estavam abertos, e ele estava recebendo oxigênio. Ele tinha uma intravenosa, mas ele não estava consciente — disse ele.

O profissional então o auscultou para ver o que estava acontecendo:

— Tínhamos que entender o que havia de errado com ele. Eu o auscultei com um estetoscópio em ambas as áreas pulmonares, mas não era um problema respiratório; ele ainda estava vivo, mas em coma — disse ele.

O médico foi enfático ao afirmar que o Sumo Pontífice não sofreu em seus momentos finais e que tudo aconteceu sem que ele percebesse.

— Ele não percebeu; deve ter tido um derrame, deve ter tido um ataque cardíaco. Posso dizer isso com certeza: o Santo Padre não sofreu — disse ele.

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Um dia antes de sua morte, Francisco deu a bênção "Urbi et Orbi" e percorreu a Praça de São Pedro no papamóvel para saudar os fiéis presentes nas comemorações da Semana Santa. De acordo com o jornal oficial Vatican News, depois dessa visita, Francisco descansou, jantou e foi dormir, mas começou a passar mal às 5h da manhã de segunda-feira.

Em março, Alfieri deu uma entrevista ao jornal Corriere della Sera na qual revelou como foi o período de Francisco no hospital. Naqueles 38 dias, disse Alfieri, decisões difíceis foram tomadas em diversas ocasiões para evitar que o Papa perdesse a vida.

— Tivemos que escolher entre parar e deixá-lo ir ou forçar a barra e tentar todos os medicamentos e terapias possíveis, correndo o risco altíssimo de danificar outros órgãos. E, no fim, escolhemos esse caminho — disse ele.

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