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A reação de bolsonaristas à decisão de Moraes sobre Kassab

Bolsonaristas criticaram decisão de Alexandre de Moraes que mandou inquérito contra Kassab voltar para STF, em meio a debate sobre anistia


Antonio Augusto/STF

Lideranças bolsonaristas reagiram, nesta quinta-feira (27/3), à decisão do ministro Alexandre de Moraes de mandar uma investigação contra o presidente do PSD, Gilberto Kassab, voltar da primeira instância para o STF.

A decisão, conforme noticiado em primeira mão pela coluna mais cedo, foi assinada por Moraes no último dia 19 de março e tem por base a recente mudança de entendimento do Supremo sobre o foro privilegiado.


O despacho foi visto, nos bastidores do Congresso e do STF, como uma “arma” de Moraes para pressionar Kassab e o partido comandado por ele a não apoiarem o projeto da anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro.

“O tom corriqueiro com que a mídia noticia que um ‘juíz’ está ameaçando um presidente de partido, para impedir que se aprove uma anistia às vítimas desse mesmo tirano fantasiado de juíz, é assustador”, escreveu o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nas redes sociais direto dos Estados Unidos.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também reagiu à decisão de Moraes. “Está liberado juíz usar processo judicial pra pressionar interesses políticos? Que merda de justiça é essa sô (sic)?”, disparou, sem citar o ministro.

Vice-prefeito de Curitiba, Paulo Eduardo Martins (PL) também comentou o despacho de Moraes. “É uma democracia vibrante demais”, escreveu Martins nas redes sociais, ao compartilhar trecho da notícia da coluna.

O deputado federal Marcel Van Hatten (Novo-RS) subiu ainda mais o tom. Em discurso na tribuna da Câmara nesta quinta, o parlamentar chamou Moraes de “covarde” e disse que o STF age como “mafioso”.

“Lula e Alexandre Moraes são covardes. Aliás, digo mais: o que estão fazendo no STF hoje é coisa de mafioso. E não é só o Alexandre de Moraes. A máfia depende de uma organização, e a organização que hoje está no STF é mafiosa, inclusive colocando a faca no pescoço de várias outras pessoas: Kassab, Deltan, Salles… puxando os processos de volta para o STF para, segundo a própria imprensa, chantagear a classe política”, discursou.

A investigação contra Kassab

O inquérito alvo da decisão de Moraes é oriundo da delação dos donos da JBS no âmbito da Lava Jato e investiga Kassab por ao menos três crimes: corrupção passiva, caixa 2 e lavagem de dinheiro.

A investigação tinha sido enviada pelo próprio Moraes à Justiça Eleitoral de São Paulo em 2019. Em 2021, a denúncia do Ministério Público contra Kassab foi aceita pela Justiça, o que tornou o presidente do PSD réu no caso.

Agora, anos depois, Moraes mandou a investigação contra Kassab voltar para o STF, onde voltará a ser novamente relatada pelo ministro, que também é relator do chamado inquérito do golpe.

A decisão foi dada por Moraes três dias depois de o ex-presidente Jair Bolsonaro relatar, durante o ato pró-anistia no Rio de Janeiro, que se reuniu com Kassab e que o cacique apoiaria a anistia.

“Há poucos dias tinha um velho problema e resolvi com o Kassab, em São Paulo. Ele está ao nosso lado com a sua bancada para aprovar a anistia em Brasília. Todos os partidos estão vindo”, disse Bolsonaro no que ocorreu em Copacabana dia 16 de março.

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