Para que a dengue continue em queda, é necessário que a população tome cuidados. Vacina está disponível para crianças nas UBs do DF
Hugo Barreto/Metrópoles
Desde abril de 2024, crianças e adolescentes de 10 a 14 anos podem se vacinar contra a dengue no Distrito Federal. A adesão à imunização, no entanto, é considerada baixa por especialistas em saúde. Segundo a Secretaria de Saúde do DF, apenas 46% do público-alvo tomou a primeira dose e somente 18,9%, a segunda.
O número indica que duas a cada 10 crianças e adolescentes nessa faixa etária estão protegidas de uma doença cuja imunização já existe. Apesar de haver imunizantes em estoque, a baixa busca pela vacina é motivo de preocupação para o poder público, que se empenha para reduzir os casos de dengue no DF. O Metrópoles aderiu a essa campanha para ver Brasília livre da dengue.
“Não podemos permitir que doenças que têm vacina estejam em nosso território e ameacem as pessoas”, defendeu a secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio.
A baixa procura pela imunização ocorre paralela ao fato de o DF ter reduzido drasticamente o número de infecções. A capital brasileira registrou queda de 97% no número de casos da doença, em comparação com a primeira semana de 2024.
Apesar de os números serem positivos, há sempre o risco de uma nova explosão de casos, se a população baixar a guarda.
“Minha preocupação é a gente falar que baixou e a população esquecer dos cuidados”, destacou o chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha.
17 mil doses em estoque
De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, atualmente há 17 mil doses de vacina nos estoques da Rede de Frio Central (GRF). O montante é o suficiente para atender a todo o público-alvo. Vale lembrar que quem recebe a primeira dose tem garantida a aplicação da segunda.
A fim de incentivar a população e garantir o ciclo completo de imunização, a pasta adotou um serviço de mensagens por aplicativo, para reforçar a chamada aos pais das crianças e adolescentes. Os pontos de vacinação estão disponíveis neste link.
Por enquanto, não há previsão para ampliar a faixa etária apta a receber o imunizante. A mudança depende de autorização e nota técnica do Ministério da Saúde.
No entanto, segundo a pasta, em todo Brasil, o público entre 10 e 14 anos foi o que apresentou o maior registro de complicações com a doença.
Ciclo de imunização
Segundo recomendação da Saúde, é preciso adotar um intervalo de 90 dias entre a primeira e a segunda doses. É necessário que pais ou responsáveis compareçam a uma unidade básica de saúde (UBS) com documento de identificação e a caderneta de vacinação.
Caso a criança ou adolescente tenha sido diagnosticado com dengue, é necessário aguardar seis meses para iniciar o esquema vacinal.
Em caso de dengue após a primeira dose, deve-se manter a data prevista para a segunda dose, desde que haja um intervalo de 30 dias entre a infecção e a segunda dose.
Combate à dengue leva só 10 minutos por semana
A vacina é apenas uma das séries de ações que o Governo do Distrito Federal tem tomado para acabar com a doença. Além dos imunizantes, houve ao a nomeação de agentes de saúde e o investimento em tecnologia para acabar com o Aedes aegypti.
Mas para que a dengue siga com seus dias contados, bastam 10 minutos por semana para evitar a proliferação do mosquito.
- Não deixa água parada, foco para o inseto;
- Esvazie garrafas PET, potes e vasos;
- Guarde pneus em locais cobertos;
- Limpe calhas da casa;
- Mantenha a caixa d’água e reservatório bem fechados e limpos;
- Coloque areia nos vasinhos de planta;
- Amarre bem os sacos de lixo;
- Não acumule entulho.
Se o seu vizinho não estiver fazendo a parte dele, ele pode – e deve – ser denunciado, na intenção de proteger todos em volta. Uma solicitação pode ser feita pelo site ParticipaDF.
Também é possível registrar uma reclamação pelo telefone 162, de segunda a sexta-feira, das 7h às 21h, e nos fins de semana e feriados, das 8h às 18h.
Além disso, é possível fazer a denúncia pelo 199. O telefone funciona 24 horas por dia e também atende demandas relacionadas à dengue, como denúncias de locais de criadouro do mosquito Aedes aegypti e dúvidas sobre atendimento a pessoas sintomáticas.