Inaugurado em 2001, o Metrô do Distrito Federal opera em 6 regiões administrativas, composto atualmente pela Linha Verde e Linha Laranja, com 27 estações em uma extensão de 42,38 km
Redação Jornal de Brasília
Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília
Maiara Marinho
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Em 2011, Victor Queiroz, graduado em Gestão Pública e pós-graduando em Design Gráfico, começou a desenhar mapas de mobilidade urbana, aos 15 anos de idade. De lá para cá, desenvolveu diversos protótipos. Enquanto estudava o modelo de transporte do Distrito Federal e analisava propostas já existentes, ele desenvolvia o seu próprio projeto de ampliação das linhas do metrô para todo o território distrital, que foi apresentado, no dia 30 de outubro, na Comissão de Transporte e Mobilidade da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
Inaugurado em 2001, o Metrô do Distrito Federal opera em 6 regiões administrativas, composto atualmente pela Linha Verde e Linha Laranja, com 27 estações em uma extensão de 42,38 km. O projeto apresentado por Victor, pós-graduando em Mobilidade Urbana Sustentável pela Unyleya e em Design de Experiência do Usuário pela Escola Britânica de Artes Criativas & Tecnologia (EBAC), propõe ampliar significativamente a linha metroviária do Distrito Federal, contemplado todas as 35 RAs. “Foi bastante complexo chegar a esse resultado, levei muitos anos para entender o modelo atual de transporte de massa no DF”, relatou o estudante.
No dia 30 de outubro, uma quinta-feira à tarde, Victor apresentou o projeto em uma reunião realizada com a Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana da CLDF. Na ocasião, ele defendeu a criação de mais 13 linhas, além das existentes, para ligar o Metrô ao trem, ao BRT e ao VLT. Motivado pela percepção das deficiências da mobilidade urbana na capital distrital, o jovem reconhece que, para a implementação da malha, seria preciso “estudos técnicos mais aprofundados com melhores análises do solo, infraestrutura, equipamentos e recursos”, mencionou.
A proposta de Victor chegou à CLDF sem planejamento. Segundo ele, o mapa da malha já estava pronto, mas foi quando viu pelas redes sociais a convocatória de uma reunião da Comissão que decidiu levar o mapa com a “intenção de provocar as autoridades a pensarem em maneiras mais diversas de transporte sobre trilhos no DF”, relatou. Para ele, a iniciativa pode servir como impulsionador da discussão sobre a expansão do sistema metroviário no Distrito Federal, tendo em vista que o projeto tem o cuidado de se preocupar com todas as RAs, de maneira direta.
Por residir no Paranoá, Victor entende as dificuldades existentes na mobilidade urbana do DF e a importância de melhorar a qualidade do transporte. Lá, “a frota de ônibus não é o suficiente para atender a grande demanda da população que precisa se deslocar diariamente e em diversos horários para o Plano Piloto”. Isso acontece porque a frota de ônibus do Paranoá é compartilhada com o Itapoã, outra região administrativa, e atende conjuntos habitacionais “sobrecarregando o sistema”, relatou.
Transporte público para todos
O deputado distrital Max Maciel (PSOL), presidente da Comissão de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal na CLDF, acredita que o projeto apresentado por Victor defende a priorização do transporte de massa no planejamento da mobilidade urbana. “O projeto é viável, entendemos que adaptações e estudos seriam necessários, e é justamente isso que está ocorrendo agora por meio da atualização do Plano Diretor de Transporte Urbano do Distrito Federal – PDTU/DF”, comentou o deputado.
Para Maciel, não faltam pesquisadores e projetos que indicam melhorias para o transporte público, mas falta investimento. “Atualmente o metrô é o único transporte sobre trilhos utilizado por passageiros em Brasília, na proposta do Victor, o VLT e o Trem seriam adicionados, o que tornaria a integração entre as RA’s mais fluida”, apontou. Além dessa proposta, outras iniciativas, de diferentes autorias, tramitam na Câmara Legislativa.
Semob aposta no corredor exclusivo de ônibus
Ao Jornal de Brasília, a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) informou que “o projeto do corredor exclusivo do Eixo Oeste está em andamento e, estão sendo desenvolvidos, em parceria com a Secretaria de Obras e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER/DF), os projetos de corredor exclusivos de BRT nos Eixos Leste, Sudoeste e Norte”. Entre as ações em andamento, a Secretaria diz investir em ampliação e reativação de linhas de ônibus. A pasta informou que investe em ciclovias e na manutenção de terminais e abrigos que atendam às necessidades da população. Hoje, o Distrito Federal tem 675 km de ciclovia que atendem 32 RA’s.