O jornal britânico The Guardian classificou Bolsonaro como um “um capitão do exército desonrado que se tornou político populista”. Ao noticiar o indiciamento, o jornal também definiu o governo de Jair Bolsonaro como uma “administração de extrema direita”
Foto: NELSON ALMEIDA/AFP
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)
A imprensa internacional repercutiu o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 36 pessoas em inquérito sobre tentativa de golpe de Estado. O relatório da investigação de 884 páginas foi enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal). Com o indiciamento, a Polícia Federal apontou quais crimes os investigados teriam praticado a partir do conjunto de elementos reunidos ao longo da investigação.
The Guardian
O jornal britânico The Guardian classificou Bolsonaro como um “um capitão do exército desonrado que se tornou político populista”. Ao noticiar o indiciamento, o jornal também definiu o governo de Jair Bolsonaro como uma “administração de extrema direita”.
Al Jazeera
A emissora Al Jazeera falou que Bolsonaro está envolvido em uma “conspiração golpista”, depois que perdeu as eleições presidenciais de 2022 para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Uma semana após a posse do presidente Lula, em janeiro de 2023, os apoiadores de Bolsonaro revoltaram-se na capital Brasília. Alguns manifestantes na altura disseram que queriam criar as condições para um golpe militar, e há muito que há dúvidas sobre o envolvimento de Bolsonaro na instigação dos motins.”, diz a Al Jazeera.
El Tiempo
O jornal colombiano El Tiempo destacou o envolvimento de outros integrantes do governo Bolsonaro em inquérito sobre golpe. “A lista também inclui o ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente de Bolsonaro, Walter Braga Netto, o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência Alexandre Ramagem e outros colaboradores próximos da extrema direita, como o general da reserva Augusto Heleno”, escreveu.
Washington Post
O jornal norte-americano escreveu que Bolsonaro “negou todas as alegações de que tentou permanecer no cargo após sua derrota eleitoral em 2022 para seu rival, o presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva”. “Outras investigações focam em seus papéis potenciais no contrabando de joias de diamante para o Brasil sem declará-las adequadamente, e em direcionar um subordinado para falsificar seus status de vacinação contra a covid-19 e de outros. Bolsonaro negou qualquer envolvimento em ambos”, diz o texto publicado pelo Post.
El País
O jornal espanhol El País lembrou que Bolsonaro está inelegível até 2030. Ao noticiar o indiciamento, o periódico destacou que o ex-presidente “foi condenado por abuso de poder, por aproveitar o cargo presidencial para questionar sistematicamente a segurança do sistema de votação”. “Os investigadores sustentam que o golpe não foi concretizado porque os golpistas não obtiveram o apoio dos então comandantes do Exército e da Aeronáutica, generais Marco Antonio Freire Gomes e Carlos de Almeida Baptista”.
The New York Times
O New York Times ressaltou que os problemas jurídicos de Bolsonaro se agravaram. “As acusações agravam drasticamente os problemas jurídicos de Bolsonaro e destacam a extensão do que as autoridades chamaram de tentativa organizada de subverter a democracia do Brasil”.