Expectativa é que se saiba quem ganhou até a tarde desta quarta-feira (6). Porém, como cada estado segue suas próprias regras, a contagem de votos levará mais tempo até ser totalizada, mas sem mudar o resultado.
Por g1
Kamala Harris e Donald Trump se enfrentam em disputa acirrada — Foto: Reuters
As urnas de onde sairá o próximo presidente dos Estados Unidos começam a ser fechadas às 21h desta terça-feira (5). Em um país completamente dividido entre a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump, a grande expectativa é saber quanto tempo levará para termos o resultado. E a resposta é que não dá para ter certeza, mas projeções apontam que até a tarde de quarta-feira (6) já se conheça quem venceu as eleições.
A falta de previsibilidade para o fim da apuração nas eleições dos EUA se deve ao seu modelo eleitoral. Cada estado segue suas próprias regras e práticas para contagem de votos e, sem mencionar os desafios legais que podem surgir, tudo isso pode atrasar os resultados.
Em 2020, por exemplo, a agência de notícias Associated Press declarou o presidente Joe Biden vencedor apenas na tarde de sábado, quatro dias após o fechamento das urnas.
Quatro anos antes, a eleição de 2016 foi decidida poucas horas depois do fechamento da maioria das urnas. A AP declarou Trump o vencedor na noite da eleição, às 2h29 do horário de Washington.
Desta vez, ambas as campanhas sabem que a disputa está extremamente acirrada nos sete estados indecisos: Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin. São eles que devem decidir a eleição, exceto em caso de uma grande surpresa.
De acordo com especialistas, os resultados devem sair mais rápido na Carolina do Norte e na Geórgia, e os números registrados nos dois estados devem oferecer uma noção de como a apuração irá prosseguir.
Os primeiros estados a concluir a votação serão os da costa leste: seis estados, incluindo a Geórgia, terminarão a votação às 21h, horário de Brasília. Às 22h, mais 19 estados se juntarão a eles e uma enxurrada de dados será publicada.
Confira os horários nos estados-chave:
Geórgia
Fechamento das urnas: 21h
Resultado: a maior parte deve sair na quarta, mas um condado específico, o de Fulton, onde fica Atlanta, pode levar mais tempo
Carolina do Norte
Fechamento das urnas: 21h30
Resultado: expectativa é que saia na noite da eleição
Pensilvânia
Fechamento das urnas: 22h
Resultado: só irá começar a contagem de votos das cédulas recebidas pelo correio após o fechamento das urnas, o que pode fazer com que a apuração demore
Michigan
Fechamento das urnas: 22h e 23h (estado tem 2 fusos horários)
Resultado: após mudanças nas regras, a contagem deve ser mais rápida neste ano, mas a expectativa é que o resultado já seja conhecido na quarta
Wisconsin
Fechamento das urnas: 23h
Resultado: pode sair depois da meia-noite
Arizona
Fechamento das urnas: 23h de terça e 0h de quarta
Resultado: a contagem pode levar mais tempo por conta da votação pelo correio
Nevada
Fechamento das urnas: 0h de quarta
Resultado: a maior parte do eleitorado vota pelo correio, o que pode demorar até chegarem as cédulas para serem contadas
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Cenários
Segundo a revista britânica "The Economist", Kamala Harris tem 93% de chance de se tornar presidente se vencer na Pensilvânia, por exemplo, e Donald Trump tem 95% de chance se vencer em Michigan. E, se o vencedor depender de uma diferença de poucos votos em Wisconsin ou Pensilvânia - estimativa principal da publicação - a oficialização do resultado pode levar semanas.
Mesmo que já se saiba na quarta-feira quem ganhou no Colégio Eleitoral, a contagem de votos continuará. Se a disputa estiver apertada, pode levar dias até que o resultado seja cravado.
Além disso, por causa de alguns estados, incluindo os populosos redutos democratas da Califórnia e Nova York, que levam semanas para contar todos os seus votos, é previsto que o total nacional de votos populares só seja divulgado no começo de dezembro.
Autoridades insistem que a contagem de votos será mais rápida, mas dada a grande votação antecipada este ano, muitos esperam que a contagem seja lenta.
Como funcionam as eleições nos Estados Unidos — Foto: arte/g1