À coluna Jair Bolsonaro evitou entrar em confronto com Silas Malafaia após ser criticado pelo pastor: “Meu Posto Ipiranga não tem gasolina”
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O ex-presidente Jair Bolsonaro comentou à coluna, nesta terça-feira (8/10), a entrevista em que o pastor Silas Malafaia criticou a postura do ex-mandatário nas eleições para a Prefeitura de São Paulo.
Em entrevista à colunista Mônica Bergamo, Malafaia acusou Bolsonaro de se omitir na eleição por medo de ser derrotado por Pablo Marçal (PRTB), caso o ex-coach vencesse o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
À coluna Bolsonaro adotou a mesma linha de seus filhos e evitou pôr mais lenha na fogueira. “Meu Posto Ipiranga não tem gasolina, só tem água”, afirmou o ex-presidente em rápida conversa por chamada de vídeo.
Bolsonaro confirmou ainda não ter respondido às várias mensagens de WhatsApp enviadas a ele por Malafaia, que é líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
Filhos de Bolsonaro se pronunciam
Mais cedo, os filhos do ex-presidente Flávio e Eduardo Bolsonaro já tinham emitido notas na mesma linha, evitando confronto com Malafaia e dizendo que “roupa suja se lava em casa, e não em público”.
“Roupa suja se lava em casa, e não em público. O presidente Bolsonaro fez o que tinha que ser feito, no momento certo, e foi decisivo para o cenário em São Paulo. Se não fosse Bolsonaro, Ricardo Nunes não estaria no segundo turno. Assim como foram decisivos Tarcísio e Malafaia, cada um na sua função, como um time de futebol, que não ganha só com atacantes. A fase agora é de distensionamento e, sem orgulho e vaidade, vamos juntos vencer a extrema esquerda em São Paulo. 2026 já começou e precisamos ser mais racionais que emotivos”, disse nota assinada por Flávio.
Eduardo, por sua vez, afirmou que Malafaia “é uma pessoa que eu considero e tem muita importância para diversas pautas conservadoras, notoriamente a anistia dos presos políticos”.
“Sem ele, muito disso não teria ido adiante. Se ele nos critica hoje por algum motivo, ainda que eu possa entender absurdas certas palavras usadas por ele, cabe a mim ter a maturidade de interpretar e resolver com ele internamente. Sigo desejando saúde e tudo de bom a ele”, disse o deputado.
Malafaia: “Não sou bolsominion”
Após a entrevista, Malafaia afirmou à coluna nesta terça que continua sendo aliado e apoiador de Bolsonaro, mas ressaltou que não é “bolsominion” nem “alienado”.
“Continuo apoiando o Bolsonaro, o maior líder da direita. Não vou julgá-lo definitivamente por um ato errado. Ele tem uma história. Ele continua tendo meu apoio. Só que eu não sou bolsominion. Só que eu não sou alienado, sou aliado de primeira hora. Ninguém, nesse dois últimos anos, defendeu tanto Bolsonaro e se arriscou tanto por ele quanto eu. Tenho muita moral para falar”, afirmou Malafaia à coluna.
À coluna o líder religioso reafirmou as críticas e ressaltou que, antes de dar a entrevista, mandou mensagens ao próprio Bolsonaro criticando o ex-presidente.
“Prefiro um amigo leal, que diga a verdade na minha cara, do que um amigo falso, que me ataca por trás e finge que concorda com tudo que eu falo. Verdadeiros amigos dão alertas. Eu seria um covarde se falasse isso para a Mônica Bergamo, sem antes falar para ele. O que eu falei para ela eu falei para ele. Mais de 20 zaps, eu largando o aço em cima dele durante essas eleições. Então, qual é a minha posição? Quer dizer que, quando alguém da esquerda erra, sabe, a gente mete o pau, e quando é da direita vamos passar a mão por cima? Que caráter é o nosso?”, afirmou o pastor à coluna.