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Chances de título do Botafogo quase dobram; de Corinthians ficar na Série A caem para 46%

Flamengo tem o maior potencial para ser campeão porque se vencesse por 1 a 0 jogo adiado contra o Internacional, desempate com Botafogo seria por cartões

Por Davi Barros e Valmir Storti — Rio de Janeiro

O Botafogo goleou fora de casa o Atlético-GO (4 a 1) e ampliou para 34,51% suas chances de conquistar o título do Brasileirão, um salto de 95% em uma única rodada também devido aos tropeços de seus adversários diretos. Ao fim da rodada passada, as chances do Botafogo estavam em 17,7%.

Apesar da derrota fora de casa para o São Paulo (1 a 0), o Flamengo segue com as maiores chances de ser campeão, 43,48%. No entanto, com esse resultado, seu potencial caiu 20% em comparação com a rodada passada, quando tinha 54,54%. Já o Palmeiras empatou como visitante com o Internacional (1 a 1) e, com isso, seu potencial para título diminuiu de 10,5% para 7,74%.

Embora o Botafogo esteja na liderança da classificação, com 43 pontos, o Flamengo disputou um jogo a menos (como visitante, contra o Internacional) e tem três pontos a menos. Se vencesse essa partida nas condições atuais por dois gols de diferença, empataria em pontos e em vitórias e tomaria a liderança no saldo de gols.
Chances de título após a rodada 21 — Foto: Info Esporte

Desempate por número de cartões

A disputa pela liderança está tão apertada que se o Flamengo vencesse hoje o Internacional por 1 a 0, empataria com o Botafogo em pontos, vitórias, saldo de gols, gols pró e gols contra, e o desempate iria para o número de cartões, quesito em que o Flamengo tem muita vantagem: é a equipe menos punida, com 42 amarelos (média 2,10) e nenhum vermelho, contando inclusive a comissão técnica. O Botafogo é a quinta equipe com mais amarelos (66 com média 3,14) e a sexta em cartões vermelhos (quatro com média 0,19).

As chances são determinadas por modelos estatísticos aplicados pelo economista Bruno Imaizumi sobre microdados coletados pela equipe do Espião Estatístico desde 2013. Foram analisadas as características de 107.784 finalizações e resultados de 4.377 jogos de Campeonatos Brasileiros que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes no ataque e na defesa a partir da métrica de expectativa de gol (xG), consolidada internacionalmente.

Por exemplo, se uma equipe com desempenhos ofensivos e defensivos apenas medianos será visitante no segundo turno contra adversários que estejam com as melhores performances mandantes, as chances de vitória desse visitante são menores do que de um time eficiente e de alta produtividade ofensiva que tem agendados confrontos contra adversários que, neste momento, estejam com os piores desempenhos caseiros.

Porém, conforme novos jogos são disputados, os potenciais futuros mudam, rodada a rodada. Essas são algumas possibilidades que explicam o fato de as chances não acompanharem exatamente as posições atuais da tabela de classificação: os potenciais futuros são diferentes dos resultados já conhecidos, entre outros motivos, devido à inversão de mandos no returno.

Os dados ajudam a calcular o potencial que cada equipe tem para vencer os jogos restantes, considerando mando de campo e outras características ao fazer 10 mil simulações para cada partida a ser disputada, o que resulta nos percentuais do quadro abaixo. A metodologia empregada está explicada no final do texto.

Chances de permanecer na Série A em 2025

Ao empatar em casa com o Juventude, o Corinthians viu suas chances de permanacer na Série A no ano que vem caírem 21%, passando para 46,62% depois de ter encerrado a rodada passada com potencial de 58,90% . Ao mesmo tempo, as chances do Juventude caíram de 72,67% para 60,44%.

Dos quatro times que terminam esta rodada no Z4 que leva para a Série B, o Fluminense foi o único que conseguiu vencer (1 a 0 em casa contra o Bahia), impulsionando a probabilidade de ficar na Série A para 48,72%, alta de 38% em comparação com os 35,24% da rodada passada. O Fluminense é uma das três equipes com menos de 50% de chances de permanecer na Série A em grande parte devido ao que apresentou no primeiro turno. A equipe venceu seus quatro últimos jogos pela Série A e se essa sequência crescer, suas chances aumentarão. Nenhuma outra equipe tem neste momento uma sequência de quatro vitórias consecutivas.
Chances de permanecer na Série A após a rodada 21 — Foto: Info Esporte

No grupo de baixo da tabela, o triunfo mais importante foi o do Vitória, que derrotou em casa o Cuiabá (1 a 0), subiu para a 15ª colocação com um ponto a mais que o Fluminense, e impulsionou suas chances de seguir na Série A em 2025 para 53,82%, alta de 19% em comparação com os 45,31% da rodada passada.

No entanto, é importante lembrar que o Internacional disputou cinco jogos a menos que Corinthians e Vitória; Grêmio e Cuiabá disputaram dois jogos a menos que o Corinthians e, o Fluminense, um jogo a menos.

Com isso, veja abaixo as chances de cada clube ficar na Sèrie A.

O gol de Helinho, do Bragantino, aos 43 minutos do segundo tempo, em São Januário, fez cair a probabilidade de o Vasco seguir na Série A. O empate em 2 a 2 reduziu para 78,93% o potencial do Vasco, queda de 10% na comparação com os 87,81% da rodada passada. O Vasco tem quatro pontos a mais que o Fluminense, o primeiro time do Z4, e o mesmo número de jogos, embora tenha disputado uma partida a menos que Corinthians e Vitória.

Libertadores
Chances de G-6 após a rodada 21 — Foto: Info Esporte

Enquanto Copa do Brasil, Sul-Americana e Libertadores não estiverem decididas, os quatro primeiros colocados no Brasileirão se classificam para a fase de grupos da Libertadores do ano que vem, enquanto o quinto e o sexto colocados disputam uma fase preliminar.

Caso os campeões das três competições estejam entre os primeiros colocados do Brasileirão, novas vagas classificatórias para a Libertadores serão abertas no nacional. Por enquanto, apresentamos as chances de as equipes terminarem o Brasileirão até a quarta e até a sexta colocações.

Metodologia

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de "Gols Esperados" ou "Expectativa de Gols" (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência as finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.367 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013.

As variáveis consideradas no modelo são: (1) a distância e o ângulo da finalização em relação ao gol; (2) se a finalização foi feita cara a cara com o goleiro; (3) se foi feita sem a presença do goleiro; (4) a parte do corpo utilizada para concluir; (5) se a finalização foi feita de primeira, ajeitada ou carregada; se o chute foi feito com a perna boa ou ruim do jogador; (6) a origem do lance (pênalti, escanteio, cruzamento, falta direta, roubada de bola, lateral etc); (7) se a assistência foi feita de dentro da área; (8) a posição em que o atleta joga; (9) indicadores de força do chute; (10) o valor de mercado das equipes em cada temporada a partir de dados do site Transfermarkt (como proxy de qualidade do elenco); (11) o tempo de jogo; (12) a idade do jogador; (13) a altura do goleiro em jogadas originadas de bolas aéreas; (14) a diferença no placar no momento de cada finalização.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo. Essa variação indica as chances de os times vencerem cada adversário e, a partir daí, é calculada a chance de os clubes terminarem o campeonato em cada posição.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Davi Barros, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Zé Victor Meirinho.

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