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GDF vai retomar análises de propostas para privatização da Rodoviária

Após fim da suspensão do TCDF, Semob anunciou que retomada da analise das propostas deve sair na próxima publicação do Diário Oficial do DF


Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Secretaria de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal (Semob) anunciou nessa sexta-feira (26/7) que vai retomar a análises das propostas apresentadas pelos três consórcios candidatos na concorrência nacional que definirá a concessionária a assumir a administração da Rodoviária do Plano Piloto.

Segundo a pasta, a decisão deve ser oficializada na próxima publicação do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), que será publicado nesta terça-feira (30/7).

A retomada da análise de propostas ocorre após o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) autorizar, na última quarta-feira (24/7), a continuidade do processo de concessão da Rodoviária do Plano Piloto. A licitação estava suspensa desde 24 de junho deste ano, após a Corte encontrar irregularidades no edital.

A suspensão havia sido motivada por uma redução no valor mínimo de outorga da concessão: de 4,3% para 3,91%. A Semob alterou esse valor nas planilhas da modelagem econômico-financeira, mas não o fez no edital, “uma discrepância que poderia comprometer a competitividade da licitação, além de gerar questionamentos sobre a validade do certame”, avaliou a Corte.

Em resposta ao Tribunal, a Semob-DF argumentou que as propostas recebidas foram muito superiores ao valor mínimo de outorga, mostrando-se mais vantajosas para o Estado do que previsto inicialmente no edital de licitação.

Ainda segundo a pasta, um novo oferecimento de propostas prejudicaria injustamente aquele entre os três consórcios classificados que, até então, seria o provável vencedor da licitação, com uma oferta que superou em mais de quatro vezes o valor mínimo de outorga definido no edital.

O Tribunal considera inexistir justificativa técnica para a falta de alinhamento entre o edital e a modelagem econômico-financeira da concessão. Mas autorizou a continuidade da licitação, no estado em que se encontra, uma vez que não é possível desconsiderar os efeitos da coincidência entre a data de divulgação das propostas pela Secretaria de Transporte e Mobilidade e do Despacho Singular que determinou a suspensão do certame.

Disputa entre os consórcios

Na disputa pela gestão da Rodoviária do Plano Piloto, quem ofertar o maior valor de outorga será a vencedora da licitação, desde que atenda aos demais critérios do edital. O valor de outorga, uma espécie de receita do governo pela concessão do empreendimento, é calculado aplicando-se um percentual sobre o valor do faturamento anual pela gestão do empreendimento (receita bruta anual).

Os envelopes com as propostas das três concorrentes que atenderam aos pré-requisitos divulgados foram abertos na sede da Semob no último dia 24 de junho – na mesma data em que foi determinada a suspender da licitação pelo TCDF.

Formado pelas empresas Conata Engenharia Ltda., Infracon Engenharia e Comércio Ltda., RMG Construções e Empreendimentos Ltda., Petruska Participações Ltda. e KTM-Administração e Engenharia Ltda, todas com sede em Belo Horizonte (MG), a maior oferta foi do Consórcio Empresarial Rodoplano, que apresentou uma outorga equivalente a 18,9% do valor da receita bruta obtida após fechamento do balanço anual das atividades do terminal.

Outros dois consórcios participaram da concorrência nacional para assumir a gestão do terminal, construído pelo poder público no fim da década de 1950.

São elas:
Consórcio Catedral (RZK Empreendimentos Imobiliários Ltda. e Atlântica Construções, Comércio e Serviço Ltda), que apresentou proposta de 12,33%; e
Consórcio Urbanístico Plano Piloto (Construtora Artec S/A, Central Engenharia e Construtora Ltda. e Belavia Comércio e Contruções Ltda.), que apresentou proposta de 10,33%.

Segundo o Edital, após a divulgação do resultado da licitação, que deve ocorrer a partir da próxima terça-feira (30/7), o consórcio que vencer a concorrência será convocado para, no prazo de até 30 (trinta) dias, cumprir as formalidades necessárias à assinatura do contrato.

A previsão do contrato de privatização do empreendimento e áreas adjacentes, com prazo de 20 anos, é de que o grupo que vencer a licitação tenha um faturamento anual mínimo de R$ 78 milhões e que invista R$ 119,7 milhões em obras, em equipamentos, na recuperação estrutural da rodoviária e em intervenções ambientais.

Ainda de acordo com o cronograma do projeto, nos primeiros três anos, deverão ser investidos mais R$ 57,7 milhões em reformas e R$ 7 milhões na implantação de infraestrutura dos estacionamentos e do sistema operacional, com prazo de dois anos para execução.

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