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Pastor da Assembleia flagrado com “irmã” em motel renuncia ao cargo

Manoel Pereira Xavier teria sido flagrado traindo a esposa com uma congregada da igreja. Ele comandava a Assembleia de Deus de Ceilândia


Reprodução

Após ser exposto por fiéis nas redes sociais, o pastor talarico anunciou que deixará o pastorado e o cargo de coordenador que ocupa na Assembleia de Deus (Adeb) de Ceilândia, no Distrito Federal. Manoel Pereira Xavier, 51 anos, teria sido flagrado traindo a esposa com uma “irmã” da igreja. Indignados, fiéis começaram a expor a traição.

Segundo uma mensagem enviada pelo pastor em um grupo de WhatsApp com fiéis, Manoel afirmou que a decisão da saída foi uma orientação de seu irmão, o presidente da Adeb, Orcival Pereira Xavier.

“Em concordância com a orientação do pastor Orcival, estarei saindo do pastorado da igreja de Ceilândia Sul e também da direção do setor II”, escreveu Manoel.

Ele também convocou o público para uma reunião na unidade na Ceilândia Sul, nesta terça-feira (2/7), em horário não anunciado.

Talarico é um termo popular brasileiro usado para se referir a uma pessoa que trai ou se envolve com alguém que já é compromissada. É empregado como sinônimo de traição.

Manoel e Orcival são irmãos do ex-deputado distrital Carlos Pereira Xavier, 62 anos, preso acusado de encomendar a morte de um adolescente de 16 anos ao desconfiar de traição.


A traição

A traição de Manoel — que é casado há mais de 30 anos — veio à tona no início de junho, quando fiéis revoltados com a situação passaram a expor o caso nas redes sociais.

Conforme um perfil criado no Instagram para expor a traição, Adeb Notícias, um homem, desconfiado das visitas constantes de Manoel a casa da ex-esposa, procurou outro pastor da igreja para reportar a suspeita de traição, em abril.

Ele informou que o “pastor talarico” da assembleia encontrava-se com a mulher dele e que ambos saíam juntos com frequência. Intrigado, o pastor que recebeu a denúncia resolveu contratar um detetive para apurar os fatos.

Para surpresa de todos, a suspeita foi confirmada pelo detetive, que ao monitorar o pastor adúltero, com um rastreador, descobriu que eram frequentes as visitas dele na companhia da “irmã” da igreja a um motel de Ceilândia.

Certo dia, o rastreador indicou que o carro de Manoel estava no estabelecimento. Alguns integrantes da igreja, então, resolveram se deslocar até o local para averiguar se, de fato, tratava-se do pastor. O veículo dele foi visto saindo do local. Porém, quando o grupo tentou abordá-lo, o pastor fugiu em disparada.

As fotos, vídeos e dados do rastreador que comprovavam a suspeita de traição foram levados ao pastor presidente Orcival Pereira, que teria minimizado a situação, alegando não ser possível afirmar que Manoel estaria no interior do veículo visto no motel.

De acordo com o perfil que expôs o adultério, a diretoria da igreja convocou reuniões com pastores próximos, na tentativa de convencê-los que se tratava de “um levante do inimigo e calúnias de pessoas inescrupulosas querendo derrubar” o outro pastor.

“Que os fatos sejam apurados, que caso seja verdade, o pastor possa ser recuperado, passe pela disciplina, para voltar a ser exemplo para os fiéis”, escreveu o perfil de notícias.

Debandada

Pessoas ouvidas pelas reportagem relataram que muitos dos religiosos, decepcionados, fizeram uma debandada e deixaram a assembleia após tomarem conhecimento do caso e terem visto as provas da traição do pastor.

“Segundo o regimento da igreja, qualquer pessoa que comete esse pecado, deve ser no mínimo afastada, mas nada foi feito no caso dele”, afirmou uma fiel que preferiu não se identificar.

Por fim, a página de notícias da assembleia divulgou que, na última terça-feira (26/6), houve uma reunião entre pastores coordenadores de alguns setores para discutir o adultério do pastor Manoel. No entanto, na ocasião foi dito que o ministro que tinha as provas da traição teria sido ameaçado a não levar o caso adiante.

“Diante das acusações de supostas ameaças, o mínimo que se esperava era a criação de uma comissão isenta, para apurar fatos, buscar ouvir todos os envolvidos, mesmo diante da recusa do causante em levar o caso adiante, buscar entender os fatos que o levaram tomar essa decisão, pois o dano maior já está estabelecido e toda a instituição está em descrédito”, postou o perfil.

Além disso, a reportagem teve acesso ao regimento interno da Convenção dos Ministros Evangélicos das Assembleias de Deus de Brasília e Goiás (Comadebg) que trata sobre a aplicação de penalidades nos casos e forma previstos na Bíblia Sagrada.

“Aplicam-se aos membros as sanções de advertência, suspensão, perda de cargo, mandato ou função e exclusão, nos casos e forma previstos na Bíblia Sagrada, neste estatuto e no regimento interno da Comadebg. Os casos não solucionados pela Comadebg deverão ser encaminhados à Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil”, define o documento.

O que diz o outro lado

A reportagem entrou em contato com o pastor Manoel Pereira Xavier e com a direção da Assembleia de Deus de Brasília (Adeb). O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.

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