A modalidade de transferência pode ser utilizada para pagar refeições nos restaurantes comunitários e entradas no Jardim Botânico e no Zoológico, para quitar contas de água e recarregar o cartão de transporte público
Por Adriana Izel, da Agência Brasília | Edição: Ígor Silveira
O Pix se consolidou como o meio de pagamento mais popular do Brasil. Só no ano passado, a modalidade sozinha superou as operações de cartão de crédito, débito, boleto, TED, DOC e cheques em todo o país. Para atender à crescente adesão ao método, desde o ano passado, o Governo do Distrito Federal (GDF) atua incluindo o pagamento instantâneo em diversos serviços. O objetivo é garantir mais praticidade à população.
Até maio deste ano, a forma de pagamento já havia sido incluída em seis tipos de operações monetárias. Para pagar as refeições nos 16 restaurantes comunitários, as entradas do Jardim Botânico e do Zoológico de Brasília, a recarga de crédito do Cartão BRB Mobilidade e a conta de água, além da quitação de alvarás e ordens judiciais pelo chamado Pix Judicial.
Arte: Agência Brasília
A primeira vez que o Pix apareceu como método de pagamento do cidadão no DF foi em julho de 2023, quando a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) passou a incluir nas primeiras vias de contas emitidas pelos leituristas o QR Code que direciona o usuário diretamente para o pagamento via Pix. Nas segundas vias, o código passou a ser incluído a partir de fevereiro deste ano.
A adesão permite celeridade no registro de pagamento para o usuário e redução de custos para a empresa. “O pagamento via Pix traz modernidade, flexibilidade e agilidade para os nossos clientes”, defende o presidente da Caesb, Luís Antônio Reis. “O nosso objetivo é proporcionar mais facilidades aos nossos clientes, sempre garantindo uma maior comodidade para quem busca os serviços da companhia”, acrescenta.
Essa opção de pagamento se soma aos demais canais que hoje recebem mais de 800 mil contas dos usuários dos serviços da companhia. Só em abril de 2024, foram 139.247 contas pagas por meio do Pix, o que correspondeu a R$ 10,9 milhões em arrecadação.
Restaurantes comunitários passaram a receber Pix em fevereiro em todas as unidades |
Foto: Divulgação/Sedes-DF
Em agosto do ano passado foi a vez de o Cartão BRB Mobilidade passar a aceitar o formato de pagamento. Desde então, os passageiros podem fazer a compra dos créditos para o transporte público via Pix pelo aplicativo do sistema de bilhetagem automática do DF. Entre agosto de 2023 e abril de 2024 foram mais de 1.097.776 operações de pagamento instantâneo.
“A recarga com pagamento por meio de Pix mostrou-se uma das melhores opções para o usuário do transporte público coletivo, pois ele pode fazer a transação do seu smartphone de qualquer lugar, utilizando o aplicativo BRB Mobilidade. Com isso o passageiro evita ter de ir aos guichês de atendimento e os créditos do cartão podem ser utilizados em até cinco minutos após a recarga”, revela o secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves.
Adesão da população
Outro serviço que tem se beneficiado com o pagamento instantâneo é o programa Restaurantes Comunitários, que passou a receber o formato em fevereiro em todas as unidades. Antes, a população só podia realizar os pagamentos com dinheiro ou, em algumas unidades, com cartão de débito.
O Pix tem feito sucesso entre os frequentadores. Até abril, foram 141.609 refeições pagas com a modalidade. A maior adesão foi na unidade de Samambaia, que registrou 25.142 pagamentos instantâneos. Em seguida, aparece o restaurante de São Sebastião com 11.522 operações e o do Itapoã, com 11.060 transações.
No caso do Zoológico de Brasília e do Jardim Botânico, a nova forma de pagamento influenciou no aumento das visitas | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília
“ (O Pix) Tem se mostrado uma opção de pagamento muito importante e benéfica nos restaurantes comunitários. Ainda que nem toda a população tenha um aparelho celular ou tenha pleno domínio tecnológico, o Pix hoje é uma ferramenta que abrange várias camadas sociais, dada a sua praticidade e comodidade”, avalia a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra.
No caso do Zoológico de Brasília e do Jardim Botânico, a nova forma de pagamento influenciou no aumento das visitas. Os dois locais registraram o crescimento de frequentadores em função da modalidade, já que antes ambos utilizavam apenas dinheiro como forma de pagamento da entrada e recebiam muitos pedidos dos usuários.
Para o diretor-presidente do Zoológico de Brasília, Wallison Couto, o pagamento em Pix virou mais um atrativo para quem quer visitar o espaço. “A praticidade e a rapidez dessa modalidade têm incentivado mais pessoas a visitarem o parque, o que, esperamos, resultará em um aumento contínuo na presença da população em nossos atrativos. A adoção moderniza nossos serviços e proporciona uma experiência mais agradável”, afirma.
O diretor-presidente do Jardim Botânico, Allan Freire, conta que até as filas na porta do local diminuíram devido à facilidade de pagamento do Pix. “O maior pedido dos usuários era trazer o pagamento em Pix. Por isso, a nossa gestão decidiu acrescentar. Essa nova opção ofereceu comodidade aos visitantes e permitiu que os pagamentos fossem realizados de forma rápida e segura, diminuindo o tamanho e o tempo de espera nas filas”, comenta. “Isso refletiu diretamente no aumento do número de visitantes, pois tornou a experiência de compra mais conveniente”, completa.
Pioneirismo
O Banco de Brasília (BRB) é o único do país a oferecer o Pix Judicial, a ferramenta é utilizada para pagamento instantâneo de alvarás e ordens judiciais. A modalidade está em funcionamento em três tribunais: do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), da Bahia (TJBA) e do Ceará (TJCE).
Implantada em 2021, a ferramenta já viabilizou o processamento de mais de 757 mil alvarás. Quase três anos após o início da operação, o saldo da carteira de depósitos judiciais do banco ultrapassa R$ 18,2 bilhões. Nesse mesmo período, quase todos os alvarás do TJBA foram processados por Pix Judicial. O total é superior a 96%.
“Esse conjunto de inovações traz como valor agregado o acesso à Justiça, permitindo que os jurisdicionados recebam os valores que lhes são devidos com mais facilidade e rapidez”, defende o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.