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Casal de atores é preso suspeito de desviar valores doados para o RS

Dupla é suspeita de criar chaves Pix falsas semelhantes às verdadeiras. Dinheiro doado era para resgate de animais no Rio Grande Sul


Polícia Civil/Divulgação

Um casal de atores de Fortaleza (CE) foi preso na manhã desta quinta-feira (13/6), por suspeita de aplicar golpes para desvio de doações destinadas ao resgate de animais durante as chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul.

De acordo com a Polícia Civil, a dupla foi identificada a partir de uma apuração do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deis), que integra a Força-Tarefa Cyber, contra estelionatos e fake news envolvendo as inundações no estado gaúcho.
Segundo o diretor da Divisão de Investigação Criminal do Deic, delegado Eibert Moreira Neto, os dois pegavam campanhas reais e faziam chaves Pix parecidas. “Inclusive, duas pessoas que eles forjaram as chaves Pix eram (de) duas influencers com bastante seguidores nas redes sociais, que defendem a causa animal”, disse ele.


Segundo a polícia, foram identificadas 234 chaves Pix que teriam sido criadas pelo casal. Somente no mês de maio, foram cerca de 50 chaves. Eles mudavam apenas um algarismo da chave real. O destino dos valores eram contas que teriam sido abertas pelos investigados com uso de documentos falsos.

Os nomes dos suspeitos não foram divulgados pelas autoridades. Porém, de acordo com o portal GZH, os citados são um ator e comediante e uma apresentadora de rádio, atriz e influenciadora digital. O casal Aldanísio Paiva e Regina Belo, ambos de 50 anos, reside em Fortaleza, numa casa onde foi cumprido mandado de busca pelos policiais. Com eles, foram apreendidos documentos falsos.

Conforme o delegado João Vitor Heredia, a dupla contava com o erro das pessoas quando fossem fazer o Pix para as campanhas.

Policiais civis do Rio Grande do Sul viajaram mais de 4 mil quilômetros para o cumprimento da prisão preventiva da dupla decretada pela Justiça.

Campanhas atingidas

Segundo a polícia, foram alvo, por exemplo, as campanhas de doação de Paola Saldívia (@paolasaldivia), de Canoas, na Região Metropolitana, que tem 358 mil seguidores no Instagram, e Deise Falci (@deisefalci), de Porto Alegre, que tem atualmente 582 mil seguidores.

As duas são protetoras de animais, com atuação nos resgates durante a enchente, e divulgam as campanhas com o propósito de arrecadar valores a serem destinados ao cuidado dos pets resgatados. Elas, inclusive, ganharam muitos seguidores ao longo do período da tragédia climática, ao mostrarem o trabalho nos resgates. As próprias influenciadoras, segundo a polícia, perceberam que os doadores estavam tendo problema na hora de fazer o Pix.

No entanto, segundo a polícia, essas não foram as únicas campanhas atingidas. Outras chaves teriam sido criadas pelo casal envolvendo campanhas de doações. A polícia ainda aguarda o retorno do bloqueio do sigilo bancário para saber quanto chegou efetivamente a ser repassado ao casal investigado nesse período.

A operação, que conta com apoio da Polícia Civil do Ceará, é chamada de Dilúvio Moral Doppelganger. O nome faz alusão justamente ao fato de o casal ser suspeito de ter se passado pelos idosos para abrir as contas. A palavra “doppelganger” remete a uma espécie de sósia ou “duplo ambulante”. Nas lendas nórdicas e germânicas, ver o próprio doppelganger era um presságio da morte.

Força-Tarefa Cyber

A força-tarefa foi criada para combater os casos de golpes criados durante a tragédia climática e, também, a disseminação de fake news envolvendo o mesmo tema.

Até o momento, cerca de 60 casos foram analisados pelo grupo e pelo menos 30 inquéritos foram abertos. Ao menos 71 sites, perfis e publicações foram retirados do ar.

Como denunciar

Caso seja vítima de algum golpe ou perceba que uma página ou perfil está disseminando notícias falsas, registre o fato na Polícia Civil. Só assim será possível investigar os crimes e chegar aos responsáveis. A comunicação pode ser feita por meio dos números 197, 181 ou no (51)98444-0606. Também é possível registrar ocorrência nas delegacias ou pelo site da Delegacia Online.

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