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Racha filmado: vendedor é indiciado ao bater a 140 Km/h e matar garota

Letícia Maria Barroso Camargo teve o crânio rachado, sofreu afundamento na face e morreu no local. O caixão não foi aberto durante o velório


Reprodução

A rodovia BR-070 estava molhada por uma garoa fina, na noite de 21 de dezembro de 2023, em Ceilândia, quando um Jetta cortou a pista a mais de 140 Km/h e atingiu com violência a caçamba de um caminhão de lixo. Com o impacto, a adolescente Letícia Maria Barroso Camargo, de 17 anos, ficou presa às ferragens do veículo e morreu no local. A tragédia, no entanto, não foi uma fatalidade. O homem que estava ao volante participava de um racha.

Ao todo, oito pessoas estavam no sedan esportivo no momento do acidente que tirou a vida da estudante: o vendedor de uma grande concessionária, identificado como Rafael Alves de Oliveira, de 33, e sete garotas com idades entre 17 e 20 anos. Investigações conduzidas pela 24ª Delegacia de Polícia (Setor O) apontam que o condutor do Jetta estava embriagado na madrugada em que cometeu a imprudência fatal.

Ele se recusou a fazer o teste do bafômetro e tentou escapar, mas foi encontrado. O vendedor estava ferido e acabou encaminhado ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC). A polícia indiciou Rafael por homicídio e tentativa de homicídio dolosos porque há indícios de embriaguez, racha e fuga do local. O inquérito está em sua fase final.

Veja imagens gravadas pela adolescente durante um racha:

Crânio rachado

Em decorrência da colisão, Letícia teve o crânio rachado e sofreu afundamento na face. O caixão da adolescente nem sequer foi aberto durante o velório. A coluna mergulhou em uma investigação para levantar detalhes sobre a relação entre a estagiária e o vendedor.

Letícia costumava registrar em imagens as saídas na companhia de Rafael. Em vídeos exclusivos obtidos pela coluna, o motorista aparece acelerando o carro e participando de rachas em uma das pistas do Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), dias antes da tragédia.

Em outro vídeo, em um bar, a adolescente abraça o vendedor e diz que ele é “aliciador de menores”. Na noite anterior, na madrugada de 21 de dezembro, Letícia fez diversas gravações confraternizando com as seis jovens também vítimas – sobreviventes – do acidente e com Rafael, em Taguatinga Norte. A noitada foi regada a bebidas alcoólicas.

Antes disso, em outro vídeo registrado no fim de tarde anterior à madrugada do acidente e ainda com a camiseta da empresa em que trabalhavam, a adolescente filmou uma pistola e munição que estavam no carro do vendedor. Nas imagens, Rafael aparece visivelmente embriagado. Inicialmente, a reportagem informou que o jovem era gerente de vendas, e não vendedor. A informação foi corrigida às 9h42 de 16/4.

Acidente

Rafael dirigia em alta velocidade no momento em que colidiu com o caminhão de lixo. Segundo o boletim de ocorrência, o Jetta branco dele estava a 140 Km/h e era ocupado por oito pessoas, no total. A superlotação, de acordo com o artigo 231 do Código de Trânsito Brasileiro, é infração gravíssima.

O etilômetro passivo da Polícia Rodoviária Federal (PRF) acusou ingestão de álcool, embora o motorista tenha se recusado a assoprar o bafômetro.

O acidente ocorreu na pista sentido Brasília–Águas Lindas (GO), na região de Ceilândia e próximo a um mercado de vendas por atacado.

Veja imagens do acidente:

Acidente ocorreu na madrugada do dia 21 de dezembro de 2023

Volkswagen Jetta branco bateu na traseira de caminhão de coleta de lixo

Frente do veículo ficou totalmente destruída

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) levou as outras passageiras e o condutor do automóvel, que sofreram lesões, para os hospitais regionais de Ceilândia (HRC) e de Taguatinga (HRT).

O motorista do caminhão, um homem de 46 anos, não se feriu nem sentiu dores, segundo o CBMDF, e por isso não precisou de atendimento médico.

Em nota, a concessionária disse não ter qualquer controle sobre as ações de seus colaboradores fora do expediente e salientou que está dando apoio à família de Letícia, que estagiava na empresa. Sobre o vendedor Rafael, acusado de beber e praticar racha, ressaltou que ele “está com seu contrato de trabalho suspenso em razão de afastamento junto ao INSS desde o ocorrido”. Por fim, lamentou a morte da adolescente e reiterou o “compromisso com a segurança e o bem-estar de todos os nossos colaboradores”.

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