Na última semana, denúncias mostraram a falta de comida nas escolas. Servidores trocavam alimentos para evitar deixar alunos com fome
FOTO: BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto
A Secretaria de Educação do DF (SEE-DF) contratou duas empresas, por R$ 10,7 milhões, para fornecer coxa e sobrecoxa de frango às escolas públicas da capital federal. A medida ocorre após denúncias de que as unidades de ensino estavam trocando alimentos entre si para driblar a falta da merenda. O contrato com as fornecedoras tem vigência de 12 meses.
Na última semana, o Metrópoles revelou que servidores dos colégios estavam recorrendo a trocas de ingredientes entre as unidades de ensino para impedir que alunos fiquem sem as refeições. Segundo os funcionários dessas instituições, quando os produtos estão indisponíveis também em outros colégios, a saída é tirar do próprio bolso para adquiri-los.
O Cemi, colégios cujas aulas são ministradas em período integral, tem sofrido constantemente com a falta de repasse de ingredientes para a merenda, segundo relatos.
Funcionários relataram que a crise da merenda tem atingido todas as unidades escolares, e, apesar da colaboração entre as unidades, nem sempre é possível o compartilhamento de ingredientes. Nesse momento, de acordo com a denúncia, o desespero bate, e os funcionários passam a comprar os produtos com o próprio salário.
Deputado também denunciou
Também na última semana, o deputado distrital Gabriel Magno (PT) soltou nota informando que escolas públicas do DF correm o risco de ficar sem alimentos para as refeições dos alunos.
Segundo o parlamentar, vários colégios informaram que a Secretaria de Educação vai suspender a entrega de merenda escolar por falta de licitação. Um dos itens afetados é a carne moída.
De acordo com o deputado, não há justificativa para a falta de alimentos nas escolas, pois consta nas contas públicas que a pasta tem dinheiro em caixa para a compra de alimentos.
Magno lembrou que o Tribunal de Contas do DF (TCDF) já solicitou a contratação de nutricionistas para melhorar o monitoramento dos estoques, mas ainda não foi atendido. O parlamentar enviou um pedido de providências para a Secretaria de Educação e um alerta ao Ministério Público (MPDFT).