Kelsen Oliveira, 42, que fugiu após estrangular Diana Faria, já havia sido preso pela PCDF por casos de violência contra a mulher
Divulgação/PCDF
A Justiça do Distrito Federal converteu em preventiva a prisão de Kelsen Oliveira de Macedo (foto em destaque), 42 anos. O homem foi preso, nessa segunda-feira (15/1), após matar a companheira, Diana Faria Lima, 37, estrangulada, em Ceilândia.
Kelsen se entregou na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam 2), horas após cometer o feminicídio. Ele estava acompanhado do advogado e decidiu ficar em silêncio durante o depoimento.
O homem coleciona inúmeras passagens pela polícia. O Metrópoles apurou que, desde 2010, o homem é denunciado por agredir, ameaçar e injuriar mulheres que já passaram pela vida dele, incluindo a própria mãe.
Apesar de já ter sido preso três vezes por crimes relacionados à Lei Maria da Penha, Kelsen ganhava liberdade, após as vítimas solicitarem a retirada de queixas e das medidas protetivas garantidas.
Antes de ser assassinada pelo companheiro, Diana já havia registrado 11 boletins de ocorrência contra o companheiro pelos crimes de injúria, ameaça e lesão corporal, todos no âmbito da Lei Maria da Penha.
A mulher teve medidas protetivas concedidas pela Justiça do Distrito Federal e chegou a receber abrigo na Casa da Mulher Brasileira.
No entanto, a vítima teria solicitado a retirada das medidas, fugido do abrigo e voltado a viver em um ciclo de violências. Vizinhos ouvidos pela reportagem relatam que os episódios de agressão eram constantes entre o casal.
Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, equipes de policiamento do Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid) fizeram alguns contatos com ela, por conta dos atendimentos emergenciais, mas a vítima não quis o acompanhamento.
A vítima tinha 37 anos de idade
O crime
De acordo com a delegada Letízia Lourenço, chefe da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher 2 (Deam 2), vizinhos ouviram o som de pancadas e gritos, mas ninguém acionou a polícia.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) informou que o próprio companheiro da vítima ligou para os bombeiros. Porém, Kelsen alegou que Diana tomava banho, quando teria supostamente usado cocaína e caído, com sangramento pela boca e pelos ouvidos.
Diana também “apresentava lesão no rosto e afundamento da traqueia”, segundo a PMDF. “O solicitante [quem ligou para a polícia], que é companheiro da vítima, informou que ela era dependente química e estava sob efeito de cocaína. Ele fugiu do local”, completou a corporação.
Segundo Letízia, quem acionou os bombeiros foi o próprio agressor, que fugiu logo em seguida. “Chegaram a fazer manobras de ressuscitamento, mas, infelizmente, essa mulher veio a óbito. Somente depois desse fato é que a PMDF e a PCDF foram acionadas. Nesse momento, o autor já havia empreendido fuga”, disse.
Conforme relatado pelos vizinhos da vítima, Diana tinha um filho que morava com a mãe dela, no Nordeste.