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O que se sabe e o que falta esclarecer sobre morte de menina de 8 anos espancada pelo pai em Niterói

Segundo delegado responsável pelo caso, laudo de necropsia aponta que Oulatth Alyssah tinha sinais de lesões antigas, o que indica que a criança já teria sido agredida antes

Por Jéssica Marques — Rio de Janeiro

Alyssah Damala foi espancada até a morte pelo pai por problemas na escola — Foto: Reprodução

A menina africana Oulatth Alyssah Rodrigues Damala, de apenas 8 anos, foi assassinada na noite desta segunda-feira, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. O crime aconteceu no bairro São Lourenço. Apontado como suspeito da morte, o pai da criança foi detido e encaminhado para a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI). O crime aconteceu no bairro São Lourenço, na comunidade Boa Vista. Segundo a polícia, a criança foi agredida até a morte por Ilias Olachegoun Adeniyi Adjafo, de 30 anos.

O pai é natural de Benin, na África. De acordo com as investigações, o homem teria se irritado com a filha por problemas na escola. Ele foi preso em flagrante. O delegado titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, Willians Pena, responsável pela investigação do assassinato, afirmou que o crime é um caso de tortura. A criança foi espancada e encontrada morta em casa. De acordo com o delegado, o laudo de necropsia indica que ela apresentava sinais de espancamentos antigos, o que significa que o pai a agredia há tempos. Veja o que se sabe e o que ainda falta esclarecer sobre a morte da menina.

O que se sabe

Segundo depoimento de testemunhas, o pai contou que Alyssah teria furtado um objeto de um colega de sala e levado para casa. O pai teria sido comunicado do ocorrido pela professora da criança e resolveu castigá-la.

Ilias Damala, que é pai da menina, disse que agrediu a filha para corrigi-la. De acordo com o delegado Willians Pena, o laudo do médico-legista aponta que Alyssah tem "sinais de lesões antigas", o que indicaria que ela vinha sendo agredida há tempos.

Ilias Damala permaneceu calado desde que foi preso em flagrante. Testemunhas contaram, em depoimento à polícia, que ele chegou a negar que havia espancado a filha e alegou que teria batido "para corrigir o comportamento dela".

Damala foi casado com Adeyinka Rodriguez, mãe de Alyssah e de outra menina de 3 anos, fruto do segundo casamento. Os dois dividiam a guarda da filha. Segundo o primo da mãe da menina, Mário Undiga, Alyssah, que costumava ser uma criança feliz e muito brincalhona, emagreceu e passou a apresentar mudança de comportamento desde que passou a morar com o pai.

O pai da menina chegou ao Brasil em 2014, vindo de Benin, na África, seis anos depois de Adeyinka Rodriguez, que era natural de Guiné. Os dois se conheceram no Rio e ficaram juntos por quase seis anos. Ele trabalha como estagiário na área de petróleo e gás e estudava engenharia na Universidade Federal Fluminense (UFF).

Segundo a polícia, Damala já tinha uma passagem por lesão corporal, registrada em 2015 pela mãe de Alyssah.

Pai da menina vai responder por homicídio qualificado por meio de tortura. Se condenado, pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.

Ilias Olachegoun Adeniyi Adjafo, de 30 anos, foi preso em flagrante pela morte da filha, Oulatth Alyssah Rodrigues Damala, de 8 anos — Foto: Reprodução

O que falta esclarecer

O caso não foi encerrado com a prisão do suspeito. A polícia quer ouvir pessoas próximas à criança para entender a motivação do crime.

A professora da escola onde a menina estudava deve prestar depoimento nos próximos dias para esclarecer se a declaração inicial do pai, sobre a menina ter pego um objeto de um colega e levado para casa, é verdadeira.

Polícia quer saber se houve negligência por parte da escola, já que a menina apresentava sinais antigos de agressão.

Causa da morte. Segundo informações preliminares do delegado Willians Pena, responsável pelo caso, a menina teria morrido devida a uma lesão na coluna provocada por ação contundente. Além disso, ela apresentava hematomas de socos no rosto e corpo.

Damala e Adeyinka Rodriguez, pais da menina Alyssah, tinham a guarda compartilhada dela. Polícia quer esclarecer o que levou a criança a se mudar para Rio e há quanto tempo ela estava morando com o pai em Niterói.

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