Ao longo deste mês, a Secretaria de Saúde do DF promoverá ações para esclarecimento sobre a doença e combate ao ao estigma associado ao tema
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Dezembro é o mês dedicado especialmente ao combate à Aids. Os moradores de Brasília contarão com testes rápidos e distribuição de preservativos, além de diversas atividades voltadas para prevenção e conscientização da população sobre a doença e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Ao longo deste mês, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) promoverá ações para esclarecimento sobre a doença e combate ao estigma associado ao tema.
Neste sábado (2/12), será realizada testagem e aconselhamento para o HIV no Parque da Cidade. A Unidade Básica de Saúde (UBS) 4 do Gama realizará atividades de conscientização, com palestras, testes e distribuição de preservativos até o dia 4 de dezembro. Já no dia 6, será feita uma roda de conversa na UBS 2 de Sobradinho, seguida por palestra na UBS 5 do Gama no dia 12, que também terá distribuição de kits.
A gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES-DF, Beatriz Maciel Luz, destaca a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) na realização de testes imediatos e tratamento rápido em casos positivos, que têm contribuído significativamente para a redução das contaminações e óbitos. “A Aids persiste há 42 anos. Queremos unir forças para eliminar essa síndrome como um problema de saúde pública, reconhecendo e promovendo a atuação das comunidades e trabalhando coletivamente pelo respeito aos direitos humanos e pelo fim das desigualdades”, disse.
Beatriz explica que os casos positivos detectados durante as ações serão encaminhados para tratamento específico em um Serviço de Atendimento Especializado (SAE) em HIV/Aids. No local, serão realizados exames complementares para avaliar a situação de saúde e o estágio da infecção, estabelecendo um tratamento adequado com antirretrovirais e outros medicamentos, quando necessário.
Reprodução/SES-DF
Diferença entre Aids e HIV
Viver com HIV e ter Aids são coisas diferentes. A especialista explica que muitas pessoas podem carregar o vírus e viver anos sem apresentar sintomas nem desenvolver a doença. “Mas podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomadas as devidas medidas de prevenção”. Por isso, é sempre importante estar com o teste em dia e se proteger em todas as situações.
Deniz Catarina Lopes vive há 20 anos com o vírus e representa o movimento nacional de cidadãs positivas. A ativista destaca a importância de desmistificar a ideia de que a doença é terminal. Ela compartilha sua experiência com o HIV, tendo dois filhos. Deniz enfatiza a necessidade de um suporte multidisciplinar desde o diagnóstico inicial e a importância do aconselhamento para que as pessoas saibam que existe tratamento e que é possível viver bem, destacando também sua experiência como usuária do SUS.
Prevenção no DF
Para fortalecer a prevenção e o tratamento do HIV, a SES lançou nesta sexta-feira (1º/12) um Guia Prático para Profissionais de Saúde da Atenção Primária (APS), visando ampliar e fortalecer os atendimentos. A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) e a terapia antirretroviral (Tarv) passarão a ser oferecidas, começando por Unidades Básicas de Saúde “piloto”, com expansão gradual programada para toda a rede de Atenção Primária do DF.
Maria Clara Gianna, coordenadora do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, destaca a importância do início precoce da Tarv para todas as Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA), independentemente do estágio clínico ou epidemiológico, visando diminuir a transmissão do vírus e a morbimortalidade, melhorando o prognóstico.
No mês de dezembro, a divulgação do guia incluirá a capacitação dos profissionais das equipes e farmacêuticos das Unidades Básicas de Saúde “piloto”, com ampliação das qualificações a partir de janeiro.
Fernando Henrique Aires, da Coordenação de Atenção Primária à Saúde, afirma que o guia contribuirá significativamente para a melhoria do atendimento às pessoas que vivem com HIV. “A Atenção Primária representa a porta de entrada no sistema de saúde. É crucial não se limitar à detecção precoce, testagem e encaminhamento de casos para outros níveis de atenção. É preciso consolidar essa linha de cuidado na carteira de serviços, proporcionando um atendimento mais ágil e eficiente aos pacientes”, destaca.
A Referência Técnica Distrital de Família e Comunidade, Camila Monteiro, explica que, além do Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin) e da Policlínica de Taguatinga, já estabelecidos como unidades de referência no tratamento do HIV/Aids, o atendimento passa a estar disponível também nas UBSs e na Policlínica de Ceilândia II – ao lado do Hospital Regional da Ceilândia (HRC). “O lançamento do guia vai ampliar a oferta da profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP HIV), um dos métodos de prevenção à infecção pelo HIV nas UBSs”, comenta.
A PrEP é um medicamento antirretroviral que deve ser ingerido antes de qualquer relação sexual, possibilitando o organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o vírus. O método faz parte de uma das estratégias de prevenção combinada do HIV, que reúne ferramentas biomédicas, comportamentais e estruturais, como o uso de preservativos e lubrificantes, testagem regular e adesão à terapia antirretroviral (Tarv) para controlar a infecção, por exemplo.
Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF).