Morto a tiros e degolado em plena luz o dia na Grande São Paulo, maior serial killer do Brasil teria sido alvo do PCC, segundo a polícia
Divulgação/ Polícia Civil
São Paulo – Nenhum dos suspeitos de assassinar Pedrinho Matador, o maior serial killer do Brasil, foram presos até o momento pela Polícia Civil, após pouco mais de oito meses do crime, ocorrido em 5 de março deste ano em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.
Registrado em cartório como Pedro Rodrigues Filho, o assassino em série foi morto a tiros e em seguida degolado, à luz do dia e em uma calçada. Ele afirmava ter matado mais de 100 pessoas.
Como mostrado em primeira mão pelo Metrópoles, a Polícia Civil de Mogi das Cruzes identificou e pediu a prisão, já decretada pela Justiça, de ao menos um dos assassinos de Pedrinho. Na ocasião, o delegado Rubens José Ângelo, titular do Setor de Homicídios e de Proteção à Pessoa da cidade da região metropolitana, afirmou à reportagem que, além de identificar um dos prováveis assassinos, já havia esclarecido a motivação para o homicídio.
Foto que circula pelas redes sociais mostra o corpo de Pedrinho Matador caído na rua Reprodução/Redes sociais
Até o momento, no entanto, a identidade do suspeito, assim como a motivação, não foram confirmados oficialmente, da mesma forma que a eventual identificação dos outros dois envolvidos no crime. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo foi questionada sobre atualizações do caso, mas não se manifestou até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.
Fontes policiais que acompanham a investigação afirmaram ao Metrópoles, em junho deste ano, que a provável participação de membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) na morte de Pedrinho seria a principal linha de investigação do caso.
Passado sangrento
O passado sangrento de Pedrinho Matador foi o maior desafio da Polícia Civil paulista na busca pelos envolvidos no assassinato. Ao longo de sua carreira no mundo do crime, o bandido fez muitos inimigos.
O serial killer estava em liberdade desde 2018. Ele havia cumprido 42 anos de prisão após ser condenado por 71 homicídios, iniciados ainda na década de 1970.
A execução
No dia de sua morte, 5 de março deste ano, Pedrinho foi abordado por dois criminosos, por volta das 9h50. Ele estava sentado em uma cadeira, em frente ao número 45 da Rua José Rodrigues da Costa, em Mogi das Cruzes.
Segundo a polícia, um homem com uma máscara do palhaço Coringa atingiu Pedrinho com ao menos quatro tiros de pistola. Em seguida, o comparsa, que usava uma máscara cirúrgica, degolou o serial killer com uma faca de cozinha.
Ambos fugiram em um Volkswagen Gol, com placas da capital paulista, guiado por um terceiro criminoso.
Quem foi Pedrinho
Natural de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, Pedrinho nasceu com uma rachadura no crânio em razão dos chutes que o pai dele dava na mãe durante a gestação. O primeiro crime do serial killer foi quando ele tinha 13 anos. Pedrinho disse que empurrou um primo no moedor de cana e depois o picou com um facão.
Cerca de um ano depois, aos 14, Pedrinho matou o vice-prefeito de Alfenas, também em Minas Gerais, por demitir seu pai. Na época, o pai de Pedrinho foi acusado de furtar merendas destinadas aos alunos da escola onde ele trabalhava como guarda. Após matar o político, Pedrinho também assassinou outro vigia da unidade escolar, que ele acreditava ser o verdadeiro responsável pelos furtos.
Após cometer os primeiros homicídios, Pedrinho fugiu para Mogi das Cruzes (SP), onde ficou conhecido por roubar bocas de fumo e matar pessoas relacionadas ao tráfico.
Pedrinho Matador só foi preso aos 18 anos, em 1973. À época, acabou condenado a 128 anos de prisão. No entanto, foi justamente no sistema penitenciário que ele cometeu a maior parte dos assassinatos.
Pedrinho justificava os homicídios. Segundo contava, matava “pessoas que não prestavam”. Entre as vítimas estavam estupradores e traidores. O homem dizia não aceitar algumas condutas criminosas e afirmava nunca ter matado crianças, mulheres e pais de família.