Ao comentar votos de Zanin, Dino saiu em defesa do ministro do STF escolhido de Lula, mas pontuou que não concordou com todos os votos
Igo Estrela/Metrópoles
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, defendeu que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não é de esquerda. Ele falou isso ao comentar a falta de alinhamento dos votos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, com as agendas mais à esquerda, em entrevista para a Globo News.
“Eu acho que há uma incompreensão política nas análises. O nosso governo liderado pelo presidente Lula não é de esquerda, é um governo que expressa maioria democrática. O Cristiano Zanin se insere nesse conceito de maioria democrática? Sim, claro. Significa dizer que em dezenas de votos, quem sabe centenas, não haverá um afinamento entre o que ele vota e as teses da esquerda. É muito cedo para julgar, é muito cedo para, a essas alturas, avaliar em um mês o desempenho de um ministro do Supremo”, afirmou o ministro.
A base de esquerda de Lula ficou insatisfeita com os primeiros votos de Zanin, ex-advogado do presidente, escolhido por Lula para a vaga, em substituição a Ricardo Lewandowski, que se aposentou.
Assinaria de novo
Cristiano Zanin votou contra a descriminalização do porte de maconha, contra a equiparação do crime de homofobia a racismo e contra a aplicação do princípio da insignificância em furto de itens de R$ 100.
“Eu, por dever legal, assino abaixo do presidente da república a nomeação de magistrados. Se hoje chegasse, eu assinaria de novo, porque acho que tem pouco tempo e o Zanin nem sempre vai votar de acordo com uma consulta de Facebook. Tem aspectos que ele votou com o qual eu não concordo e há outros que acho que a crítica está injusta”, defendeu ainda Dino na entrevista.
Diferente dos primeiros votos anti-esquerda, nesta quinta Zanin votou contra o Marco Temporal, ajudando a barrar a medida que coloca em risco a demarcação de terras indígenas.