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Bastidores: Sampaoli chega à primeira final cada vez mais distante do Flamengo

Apesar do apoio de Rodolfo Landim, argentino segue com pouca adesão em diferentes setores do futebol

Por Fred Gomes — Rio de Janeiro

Jorge Sampaoli em Botafogo x Flamengo — Foto: André Durão

Em 16 de agosto, após tirar o Grêmio na semifinal da Copa do Brasil, Jorge Sampaoli mostrou-se cético em relação ao futuro no Flamengo e disse que não sabia nem se chegaria à decisão (clique aqui e leia). Mesmo aos trancos e barrancos, ele chegou à sua primeira e muito provavelmente última final pelo clube.

Dirige o time no domingo, às 16h, contra o São Paulo, no Maracanã, na primeira partida da final. E, após 30 dias, sua situação não mudou. Está cada vez mais distante do Flamengo. Tanto no aspecto da continuidade ou não quanto no relacionamento com os atletas e funcionários do CT.

Tentativa de aproximação em vão

Curioso que a declaração foi dada num dia em que os jogadores fizeram um movimento de aproximação. Arrascaeta marcou o gol da vitória e, gesticulando com as mãos, pediu que todos se juntassem em torno de Sampaoli. Pedido aceito, e Gabigol e Fabrício Bruno foram inserindo o treinador na roda com alguns tapinhas na cabeça.

Na coletiva pós-jogo, Sampaoli disse que "um mês corresponde a um ano no Flamengo" e que por isso não poderia precisar se continuaria ou não até os jogos com o São Paulo. Além disso, quando questionado sobre o abraço coletivo, afirmou que a união tinha de aparecer especialmente nos momentos de dificuldade. Ou seja, repeliu a aproximação.

Torcida pela ruptura em diferentes setores do Ninho

Por mais que Rodolfo Landim tenha dito à CNN que "está feliz com Sampaoli", a grande maioria no Ninho do Urubu não está.

A relação com Marcos Braz e Bruno Spindel, os comandantes do futebol, é fria. Outros funcionários que participam do dia a dia têm contato ainda mais distante.

Ainda há dentro do clube quem o considere excelente treinador nos aspectos tático e técnico, além de um profissional super disposto ao trabalho. Em contrapartida, há uma percepção quase que unânime sobre o quanto peca na condução do trato com as pessoas.

Quem convive no ambiente de treinamento qualifica o clima como "péssimo". Não especificamente por desavenças ou discussões, como as acontecidas entre Pablo Fernández e Pedro e Gerson e Varela. Mas também pela falta de harmonia e pouca descontração no local de trabalho.

Relatos dão conta de que as conversas são escassas, e não são raros os profissionais que contam as horas para o Flamengo decidir sua vida na Copa do Brasil e começar a reestruturação do ambiente de trabalho sem Jorge Sampaoli.

Jogadores confiantes de que é possível ser campeão

Com o clima azedo e a certeza nos bastidores rubro-negros de que Jorge Sampaoli não vira o ano no Flamengo, somente a conquista do pentacampeonato da Copa do Brasil pode protelar a saída do argentino.

Apesar da polêmica escalação na dura derrota por 3 a 0 para o Athletico-PR, com David Luiz de volante e Thiago Maia na lateral esquerda, o grupo acredita no título por conta do potencial técnico.

Internamente, falam em "dar a vida" pela conquista e mostrar o melhor rendimento dentro do que Jorge Sampaoli pedir a eles.

O otimismo se reforça com as voltas de Erick Pulgar e Bruno Henrique, os dois melhores jogadores do Flamengo sob orientação de Jorge Sampaoli.

O "mês com duração de um ano" aos olhos de Sampaoli passou. O Flamengo venceu o Coritiba jogando mal, empatou com os reservas do Internacional e conseguiu vitória sobre o Botafogo, no Nilton Santos, que indicava mudança de rumo. Não passou de indicação. Uma escalação polêmica associada a um vexame contra um desfalcadíssimo Athletico trouxeram muita agitação.

Sampaoli, contrariando as próprias expectativas, chegou à final. Mas, mesmo às vésperas de tentar seu primeiro título importante no Brasil, o fim do trabalho no Flamengo também parece próximo.

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