Funcionários de clínica clandestina em Goiás espancavam diariamente pacientes com idades entre 14 e 96 anos
PCGO/Divulgação
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) resgatou, nessa terça-feira (29/8), 50 pessoas que eram mantidas em cárcere privado e sofriam tortura em uma clínica clandestina localizada na zona rural de Anápolis (GO). As vítimas são homens, entre 14 e 96 anos. Entre eles, há pacientes com deficiência intelectual, cadeirante, autista e alguns dependentes químicos.
Os pacientes eram trancados em ambiente insalubre e tinham alimentação precária. Os responsáveis não forneciam medicação ou acompanhamento médico.
Consta nas investigações que eles foram levados de forma ilegal e involuntária ao local, onde eram confinados mediante pagamento de, no mínimo, um salário mensal. Vários apresentavam lesões graves, desnutrição e confusão mental compatível com sedação.
Pacientes da clínica clandestina são realocados
Seis pessoas foram presas em flagrante, incluindo um casal, proprietário do local, e quatro funcionários que agrediam fisicamente as vítimas, na tentativa de contê-los. Todos responderão por tortura e cárcere privado qualificado. Os suspeitos foram recolhidos na cadeia pública, com exceção de um, que fugiu durante a operação e é considerado foragido.
As vítimas foram acolhidas pelos serviços de saúde mental e assistência social da Prefeitura de Anápolis, onde passaram a madrugada desta quarta-feira (30/8) recebendo alimentação, higiene e primeiros socorros. Os pacientes foram acomodados no estádio da cidade, local onde foi montada uma força-tarefa para recebê-los.
Os servidores municipais realizaram a identificação das vítimas e tentam localizar familiares, já que muitos são de outros estados da Federação. Alguns precisaram de hospitalização e foram resgatados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).