Até a última atualização desta reportagem, 19 pessoas já haviam sido presas pela PCDF
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) divulgou as fotos dos 16 foragidos na megaoperação deflagrada nesta quarta-feira (30/8) para desarticular duas associações criminosas que faturavam com a venda de drogas na Rodoviária do Plano Piloto. Até a última atualização desta reportagem, 19 pessoas já haviam sido presas.
As equipes da PCDF cumpriram 70 mandados judiciais — 36 de buscas e apreensões e 34 de prisões temporárias — expedidos pela 5ª Vara de Entorpecentes de Brasília.
Confira a lista de foragidos:
João Alexandre Santos Gonçalves, conhecido como "Crioulo"
Maria Eduarda Vidal de Lima
Patrick da Silva Carneiro
Pablo da Silva Carneiro
José Evaldo de Souza, conhecido como "Penetra"
Adrian Rafael Stefanelli Soares
Carlos Henrique Gomes de Jesus
William Aparecido Alves da Silva
Viviane dos Santos
Paulo Robson da Silva Santos
Geraldo Bispo dos Santos Júnior
Arnaldo Barbosa da Silva
Bruno Lima Ventura
Hellen Raiane Macêdo Cruz
Ramon da Silva Leal
Jonas Ribeiro Rodrigues Junior
As investigações, conduzidas pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), começaram em setembro de 2o21 e identificaram dois bandos que agiam em parceria na Rodoviária do Plano Piloto, em um shopping do bairro, no Conic, no Setor Comercial Sul (SCS) e nos arredores da região.
Na primeira associação criminosa, liderada por um homem de 30 anos, os integrantes se intitulavam membros da “Família 33” — em referência ao artigo da Lei Antidrogas que tipifica o crime de tráfico ilícito de entorpecentes.
O grupo dominava o tráfico de crack na Rodoviária do Plano Piloto, no Conic, em um shopping da área, no SCS e em quadras próximas.
A segunda quadrilha era liderada por um homem de 38 anos. Ele comandava o comércio de cocaína e maconha nos mesmos locais.
Método eficiente
As investigações revelaram que as duas associações criminosas desenvolveram um método eficiente para venda de drogas que dificultava a ação das forças de segurança.
As apurações mostraram que os criminosos responsáveis pelo transporte das drogas recolhiam os entorpecentes no local em que ficavam armazenados — geralmente em Ceilândia e no Entorno do DF — no horário em que o efetivo das forças de segurança trocava de turno.
As drogas eram entregues, então, para os responsáveis pela guarda e vigilância dos produtos, que os escondiam em diversos pontos da Rodoviária, do shopping na região, do Conic e do SCS.
Depois, outros integrantes do bando repassavam a mercadoria em pequenas quantidades para os traficantes responsáveis pela venda aos usuários. Geralmente, dependentes químicos, adolescentes e pessoas em situação de rua comercializavam as drogas.
O dinheiro ou objeto recebido como pagamento era entregue a outros integrantes das quadrilhas. Os associados responsáveis por guardar os itens e valores obtidos por meio da venda das drogas trabalhavam na área central de Brasília como ambulantes, flanelinhas, vigias e até taxistas.
Os grupos criminosos acionavam, ainda, motoristas de aplicativo e táxi para transportar drogas ou clientes que comprariam os entorpecentes.
Uso e porte
Com esse método, as associações criminosas conseguiam evitar a prisão de integrantes. Na maioria dos casos, a polícia conseguia deter apenas suspeitos de vender as drogas. Contudo, devido à pequena quantidade que tinham consigo, eles acabavam autuados só por uso e porte de drogas.
A operação teve como alvo todos os integrantes da cadeia de distribuição das drogas das duas quadrilhas: os líderes, os responsáveis pelo transporte, os designados para guardar e vigiar os entorpecentes, além dos responsáveis pela venda e pela guarda do dinheiro e demais objetos obtidos com ação ilícita.
A operação contou com 275 policiais civis, entres equipes da Divisão de Operações Aéreas (DOA), da Divisão de Operações Especiais (DOE) e do Canil.
A polícia cumpriu mandados nos seguintes locais: Ceilândia, Sol Nascente, Samambaia, Recanto das Emas, Asa Norte, Planaltina, Paranoá, Riacho Fundo, Riacho Fundo 2, Vicente Pires, São Sebastião, Rodoviária do Plano Piloto, Conjunto Nacional, Teatro Nacional, Conic e Setor Comercial Sul.
As equipes também cumpriram mandados em Santo Antônio do Descoberto, Luziânia, Planaltina de Goiás e em Valparaíso, todas cidades goianas no Entorno do DF.
Os integrantes dos grupos criminosos responderão por tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas. Eles estão sujeitos a penas que variam de 8 a 25 anos de prisão.