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NOVIDADE - Moraes acompanha Gilmar Mendes e vota para tornar Zambelli ré

STF julga caso em que a deputada federal Carla Zambelli perseguiu com uma arma um homem suspeito de agredi-la física moralmente na véspera da eleição de 2022

Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi o segundo a votar, nesta sexta-feira (11/8), no caso da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), em que ela utilizou de arma de fogo e perseguiu um homem suspeito de agredi-la física moralmente em uma rua de São Paulo, à véspera das eleições de 2022.

Ainda na madrugada, no plenário virtual, o ministro Gilmar Mendes, relator do inquérito, votou para tornar Zambelli ré. Moraes seguiu o relator e também aceitou a denúncia contra a parlamentar feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

No voto de Mendes, o magistrado afirma que ficou comprovado o “porte ostensivo de arma de fogo à véspera das eleições, em situação vedada e de risco, com a perseguição e submissão da vítima à restrição espacial”. Embora Zambelli “tenha porte de arma, segundo o ministro, o uso fora dos limites da defesa pessoal, em contexto público e ostensivo, ainda mais à véspera das eleições, em tese, pode significar responsabilidade penal”.

A análise está aberta aos ministros do STF no plenário virtual até o próximo dia 21.

Denúncia contra Zambelli

Em fevereiro, a parlamentar foi denunciada pela PGR por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. Agora, se a denúncia for aceita, será aberta uma ação contra Zambelli. Ela terá, então, prazo para apresentar sua defesa. Será feita a instrução do processo, quando são colhidas provas dos fatos, e, somente após a conclusão de todas as etapas e do julgamento de mérito do caso, o Supremo decidirá se ela é culpada ou inocente.

Na denúncia, a PGR pede ainda que a deputada seja condenada por danos morais coletivos, no valor de R$ 100 mil. Ainda pede a decretação da pena de perdimento e do cancelamento definitivo do porte de arma de fogo da bolsonarista.

A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, argumentou que a parlamentar não tinha autorização para usar a arma da maneira que foi feito, em público. “A permissão do porte de arma de fogo conferida à denunciada se destina única e exclusivamente à sua defesa pessoal; jamais para constranger a liberdade de interlocutor e fazer com que ele se desculpe dos seus posicionamentos políticos”, ressaltou na denúncia contra Zambelli.

À época, a defesa de Zambelli alegou que Lindôra Araújo não considerou pontos essenciais apresentados. Disse ainda que o porte de arma da deputada é federal, e não de CACs (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador), que estariam proibidos de portar arma na véspera da eleição.

Perseguição

Na data do ocorrido, a parlamentar sacou uma arma de fogo, atravessou a rua e entrou em um bar perseguindo um homem suspeito de agredi-la física moralmente, em São Paulo, após um desentendimento com um apoiador do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Apesar de resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinar que colecionadores, atiradores e caçadores são proibidos de portar armas no dia das eleições, nas 24 horas que antecedem o pleito e nas 24 horas que o sucedem, Zambelli foi liberada pela polícia.

Em dezembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou a suspensão da autorização de porte de arma de fogo pela parlamentar e deu um prazo de 48 horas para que Zambelli entregasse suas armas. O ministro abriu inquérito contra a bolsonarista.

Fonte - Metrópoles

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