Com mercados aquecidos, especialmente o da Arábia Saudita, e janelas abertas no exterior, Rubro-Negro vê com naturalidade o assédio a alguns de seus destaques
Eliminado da Libertadores, o Flamengo agora enfrenta uma decisão fora de campo: é hora de vender jogadores do elenco? Com mercados aquecidos, especialmente o da Arábia Saudita, e janelas abertas no exterior, o Rubro-Negro vê com naturalidade o assédio a alguns de seus destaques.
Mesmo fora da Libertadores, a ideia de momento da diretoria é manter o elenco intacto, mas uma proposta interessante para as três partes envolvidas pode mudar o panorama.
Com dinheiro sobrando, os clubes sauditas tiraram nos últimos meses jogadores importantes até de potências europeias, como, por exemplo, Benzema, ex-Real Madrid; Mahrez, ex-Manchester City; e Mané, ex-Bayern de Munique. Equipes do país do Oriente Médio também voltaram suas atenções ao Flamengo.
Rodolfo Landim: diretoria do Flamengo não quer se desfazer de destaques —
Foto: Marcelo Cortes/Flamengo
Nas últimas semanas, times da Árabia Saudita procuraram alguns jogadores do elenco rubro-negro. No entanto, com o clube em boa saúde financeira, o Flamengo só pretende se desfazer de jogadores em caso de excelentes propostas.
Como o Flamengo remunera bem seus jogadores e ainda está vivo em duas competições, sobretudo na Copa do Brasil, a diretoria não quer vender ninguém no momento. Claro que existem casos de jogadores insatisfeitos ou de atletas que visam a independência financeira.
A maior proposta recebida pelo Rubro-Negro vinda da Arábia Saudita foi por Pedro. No início de julho, antes do soco que o atacante levou do ex-preparador físico Pablo Fernández, o Al Hilal ofereceu 30 milhões de euros (R$ 160 milhões) e um salário seis vezes superior ao que o camisa 9 recebe na Gávea.
À época, a proposta não agradou ao atacante. Hoje, insatisfeito com a pouca utilização e com o relacionamento com a comissão técnica, Pedro quer sair. A prioridade é a Europa, mas o mercado saudita não está descartado, especialmente depois de o atacante nem ser utilizado no jogo que decretou a eliminação rubro-negra da Libertadores.
Léo Pereira também foi alvo de proposta vultosa: o Al-Nassr se mostrou disposto a pagar 15 milhões de euros (R$ 80 milhões) e ofereceu inicialmente 12 milhões de euros (R$ 64 milhões). A diretoria do Flamengo avisou a intermediários que não tem a intenção de perder o atleta.
Arrascaeta também recebeu muitas sondagens sauditas, mas é considerado um jogador inegociável. A saída só se daria caso o ídolo pedisse e a proposta atingisse a multa de 50 milhões de euros (R$ 267 milhões). Ayrton Lucas mais recentemente recebeu consulta na ordem de 20 milhões de euros (R$ 106 milhões), mas a resposta foi a mesma: o Rubro-Negro nem abre conversas. E por quê?
Meta de vendas batida atenua eliminação precoce dentro do orçamento
Com faturamento anual superior a R$ 1 bilhão, o Flamengo tinha como meta orçamentária a arrecadação de R$ 61,4 milhões com transferências. Bateu a meta somente com a venda de João Gomes ao Wolverhampton, em janeiro, quando o negociou por R$ 103,8 milhões.
Na semana passada, outros R$ 100 milhões foram garantidos com a transferência de Matheus França para o Crystal Palace, e, caso o atleta atinja metas previstas em contratos, outros R$ 25 milhões entrarão.
Independentemente de vendas significativas, o Flamengo vê entrar dinheiro em seus cofres pelos modelos de negociação de contratos. Mantém percentuais, negocia cláusulas de mais-valia (valor a ser recebido em cima do lucro de uma venda futura por parte do clube comprador). Com esses dois casos, cerca de R$ 30 milhões entrarão por conta das transferências de Vinição do Grupo City para o Sheffield United (R$ 21,6 milhões) e de Natan do Bragantino para o Napoli (R$ 6,4 milhões).
Tais ganhos, fora outras negociações menos significativas, permitiram ao Flamengo não sofrer tanto economicamente com a queda precoce na Libertadores. No orçamento, o clube estipulou como meta no mínimo a disputa de uma das semifinais da competição. Caso atingisse tal objetivo, entrariam mais R$ 20 milhões.
Com a Copa do Brasil como objetivo mais factível - inclusive a meta orçamentária já foi atingida com a chegada à semifinal -, o Flamengo pretende manter o maior número de peças-chave no elenco. Uma nova queda, porém, abre mais horizontes para vendas, já que a janela saudita só fecha em 20 de setembro.
Fonte - Globo Esporte