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Demissão de Sampaoli é debatida no Flamengo, mas manifesto de Landim adia fim da relação

Distanciamento do argentino de diretores e jogadores segue inalterado, e saída em 2023 ainda pode acontecer

Por Eric Faria e Fred Gomes — Rio de Janeiro


Jorge Sampaoli não virará o ano no Flamengo, e a chance de saída em 2023 ainda existe. Os ecos da péssima atuação contra o Internacional (0x0) foram movimentos pela demissão imediata do argentino feitos por gente importante do clube, mas o posicionamento público de Rodolfo Landim nesta segunda-feira freou tal possibilidade.

Após sorteio do mando de campo da final da Copa do Brasil - a finalíssima será jogada no Morumbi - Landim disse de forma assertiva que Sampaoli será o técnico do Flamengo nos jogos decisivos contra o São Paulo. Entusiasta do trabalho do argentino e responsável por sua contratação, o presidente entende que o momento é inadequado para uma troca de comando.

Dentro do Ninho do Urubu e também na Gávea, porém, há forte resistência ao trabalho do argentino. A insatisfação é compartilhada por parte do grupo de jogadores, membros do departamento de futebol e funcionários. A relação de Jorge Sampaoli com o entorno rubro-negro segue pautada por frieza e distanciamento.

Embora tenha se reunido com o vice-presidente Marcos Braz em shopping na Zona Oeste - informação publicada primeiramente pelo Espn - nesta segunda-feira, Sampaoli não é de se abrir nem com Braz e nem com Bruno Spindel, executivo de futebol. Mantém-se como uma figura muito fechada com seus pares da comissão técnica e com o supervisor Gabriel Andreata. Escuta pouco quem milita no departamento.

Sampaoli tem suas insatisfações com a diretoria. Queria mais reforços além de Allan e Luiz Araújo e também desejava dispensar algumas peças do elenco. O fato de não ter conseguido realizar isso de forma integral causou frustração e ruídos na já rara comunicação com o comando do futebol.

Cientes de que o momento é delicadíssimo, alguns membros da comissão técnica, antes totalmente isolada, buscaram aproximação com profissionais do clube após quatro meses de Flamengo.

Com o manifesto público, Landim diminuiu para o externo o burburinho sobre uma possível saída imediata de Sampaoli, mas a pressão interna segue forte. Quem vive o dia a dia do CT garante que o clima é muito ruim.

Há correntes, aliás, que entendem que o fato de Rodolfo Landim ir pouco ao Ninho do Urubu impedem o presidente de perceber o quanto o ambiente encontra-se insustentável.

O ápice da tensão deu-se em 29 de julho, quando o ex-preparador Pablo Fernández deu um soco no rosto de Pedro no vestiário da vitória por 2 a 1 sobre o Atlético-MG. Por mais que o Flamengo tenha mobilizado funcionários de diversos setores para gerir a crise principal da gestão de Sampaoli, a postura do treinador de colocar agressor e agredido em par de igualdade num texto publicado nas redes sociais fez o ambiente ruir de vez.

Figuras importantes do Flamengo torciam para que Sampaoli pedisse demissão em solidariedade a Pablo Fernández, mas isso não aconteceu. A tentativa de juntar cacos após a desastrada condução do pós-briga teve participação do comando do futebol, mas a ferida nunca se fechou.

Com respaldo oficial do presidente e oposição de grande parte do clube, Sampaoli sabe que sua passagem pelo Flamengo está em seus últimos capítulos. O destino na final da Copa do Brasil definirá se a ruptura definitiva acontecerá já em setembro ou se ficará para a virada do ano.

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