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OPINIÃO - Porque existe tanta pobreza no DF?


Desse total, quase 90 mil são crianças. De cada 100 famílias em extrema pobreza da Região Centro-Oeste, 15 residem no DF. Um paradoxo, considerando que Brasília possui a maior renda per capita do Brasil. Foto: G1.

Por Chico Sant’Anna, com base em informe da Secom/PR

O Distrito Federal tem mais de 171,9 mil famílias contempladas pelo Bolsa Família em março de 2023.

Considerando-se o tamanho médio de quatro pessoas por família, estima-se em quase 700 mil pessoas em situação de pobreza absoluta.

Ou seja, praticamente, um, em cada quatro brasilienses, está em situação de miserabilidade. Desse total, quase 90 mil são crianças.

De cada 100 famílias em extrema pobreza da Região Centro-Oeste, 15 residem no DF. Um paradoxo, considerando que Brasília possui a maior renda per capita do Brasil.

As famílias cadastradas em Brasília vão receber, agora, um benefício médio recorde de R$ 685,56, a partir de um repasse de R$ 117,7 milhões em recursos federais.

Em sua nova versão, o Bolsa Família assegura o repasse mínimo de R$ 600 e traz como principal novidade o Benefício Primeira Infância, que garante um adicional de R$ 150 a cada criança entre 0 e 6 anos na composição familiar. São 8,9 milhões de meninos e meninas nessa faixa etária em todo o país, e um investimento de R$ 1,3 bilhão do Governo Federal.

Para estar apta a receber o Bolsa Família, a renda familiar per capita – ou seja, a renda total dos membros da família dividida pelo total de pessoas – não pode ultrapassar a R$ 218 mensais. Isso equivale a R$ 7,27 por dia, ou US$ 1,35. Em escala global, a linha de pobreza é avaliada em US$ 1,90 diário

A base de dados de março registra, ainda, que 17,2 milhões das famílias têm como responsável uma mulher: 81,2% do total. O Benefício Primeira Infância chega a 89.345 crianças de até seis anos no Distrito Federal, com aporte de R$ 13,3 milhões. A exemplo do observado em todo o país, as famílias chefiadas por mulheres predominam na capital federal e representam 85% do total de contemplados. Elas são as responsáveis em 146 mil dos 171 mil lares de beneficiários no Distrito Federal.


“Com essa ajuda adicional, posso comprar comida e remédio para os meninos. O Bolsa Família é a renda fixa que tenho. Completo com bicos, em geral pegando roupa dos outros para lavar em casa quando aparece o serviço”, disse a pernambucana Maria José Silva de Freitas, de 41 anos, mãe solteira de quatro filhos e desempregada, que vive na capital federal há mais de duas décadas.

A filha mais nova de Maria José, Gabriele, tem três anos e sofre com anemia. Segundo ela, o salto de R$ 600 para R$ 750 no repasse mensal vai ajudar significativamente. “Ela está tomando remédio desde o ano passado. Alimentação aqui em casa é o que dá. Não tem como escolher. É difícil. No posto falaram para dar verdura, fruta, mas nem sempre consigo. A mudança vai ajudar bastante. Posso agora deixar o remedinho dela comprado, sem ficar caçando alguém para me ajudar”, disse.

O primeiro mês do calendário de pagamentos do novo Bolsa Família estabelece dois marcos inéditos na história dos programas de transferência de renda do Governo Federal. Um total de 21,1 milhões de famílias receberá um valor médio de R$ 670,33, o maior já registrado. Além disso, os mais de R$ 14 bilhões de investimento representam o recorde mensal do programa.

Pagamento escalonado

Como habitual no Bolsa Família, o pagamento é escalonado. O cronograma tem início nesta segunda, 20/3, para beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 1. Os repasses seguem até o dia 31.

A partir de junho, o valor investido crescerá mais e as famílias terão ainda mais proteção, pois haverá um adicional de R$ 50 a cada integrante da família com idade entre sete e 18 anos incompletos e para gestantes.

Mais do que uma ação de transferência de renda, o Bolsa Família é um instrumento da estratégia de redução da pobreza, de combate à fome e de promoção da educação e da saúde do Governo Federal. Até por isso, o programa volta a enfatizar condicionalidades estratégicas, como a exigência de frequência escolar para crianças e adolescentes de famílias beneficiárias, o acompanhamento pré-Natal para gestantes e a atualização do caderno de vacinação com os imunizantes previstos no Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.

Estados e Regiões

Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro são os três estados com maior número de beneficiários do Bolsa Família em março. Na Bahia 2,56 milhões de famílias estão contempladas em 417 municípios, a partir de um investimento de R$ 1,6 bilhão. Em São Paulo há 2,55 milhões de beneficiários em 645 municípios, e um aporte de R$ 1,7 bilhão do Governo Federal. No Rio, são 1,8 milhão de famílias em 92 municípios, com repasse de R$ 1,2 bilhão.

No recorte regional, o Nordeste concentra o maior número de beneficiários do país. São mais de 9,73 milhões de famílias.

O valor destinado ao pagamento nos 1.794 municípios da região supera R$ 6,3 bilhões. Desse valor, R$ 537 milhões são destinados ao Benefício Primeira Infância. Em média, cada família nordestina recebe R$ 662,63.

A segunda região com maior número de contemplados é a Sudeste. Lá, mais de 6,31 milhões de famílias serão atendidas em março com valor médio de R$ 669,77. Ao todo, R$ 4,2 bilhões serão repassados a lares de 1.668 municípios, sendo que R$ 403,24 milhões serão destinados ao pagamento do Benefício Primeira Infância.

A Região Norte reúne 2,59 milhões de famílias contempladas em 450 municípios.

O valor médio do benefício é de R$ 685,97 e serão transferidos mais de R$ 1,7 bilhão. O Benefício Primeira Infância responde por R$ 187,35 milhões desse total.

Na Região Sul, mais de 1,41 milhão de famílias, em 1.191 municípios, receberão um benefício médio de R$ 682,91.

O repasse é de R$ 962,39 milhões, dos quais R$ 109,40 milhões são destinados ao Benefício Primeira Infância.

Já a Região Centro-Oeste terá 1,13 milhão de famílias contempladas em 467 municípios. O benefício médio é o mais alto do país: R$ 688,73. Mais de R$ 776,25 milhões serão transferidos, com R$ 93,98 milhões voltados para o Benefício Primeira Infância.

Fonte - Portal A Política e o Poder

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