Senador do PL atacou dupla que levou seleção brasileira ao tetra na Copa do Mundo em 1994; ex-companheiros se dividiram na última campanha eleitoral
Dupla do tetra, Romário e Bebeto Juliana Castro
O ex-jogador e senador Romário (PL-RJ) chamou o ex-colega da seleção brasileira de futebol Bebeto de "traidor" por razões políticas. Os atacantes foram a dupla de ataque do Brasil na Copa do Mundo de 1994, que levou o país ao tetracampeonato. O racha está relacionado à campanha eleitoral de 2022, ano em que Bebeto, ex-deputado estadual no Rio, concorreu a deputado federal pelo PSD e não se elegeu.
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Reeleito senador no ano passado pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, Romário disse que não chegou a brigar com Bebeto, mas frisou seu descontentamento com o ex-companheiro:
— Traidor. Foi (meu maior parceiro), mas não é mais. Me traiu na política. Pulou (de galho). Tem algumas coisas na vida que eu levo para sempre, dentro e fora da política. Quando é com um cara que você gosta, que você conviveu e tem uma relação de amizade em todos os sentidos, isso é triste — declarou o ex-jogador nesta segunda-feira em entrevista ao "Podcast do Garotinho", do jornalista José Carlos Araújo.
Romário e Bebeto na Copa de 1994 — Foto: Cezar Loureiro/Arquivo
Na última campanha eleitoral, Bebeto declarou apoio a um adversário de Romário na corrida ao Senado, o petista André Ceciliano. Romário, por sua vez, decidiu pedir votos para Renato Zaca (PL) a deputado federal, mesmo cargo disputado por Bebeto.
Bebeto e Ceciliano se aproximaram quando o então deputado do PT presidia a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), entre 2019 e 2022, período em que o ex-jogador, à época deputado estadual, considerou ter sido "largado" por Romário.
Em 2018, quando Romário concorreu ao governo do Rio pelo Podemos, Bebeto se filiou ao mesmo partido a convite do ex-companheiro de futebol e se elegeu para o terceiro mandato como deputado estadual. Três anos depois, porém, Romário decidiu deixar a sigla e se filiar ao PL, segundo Bebeto, sem avisá-lo.
— Ele me chamou para o Podemos e fui o único eleito pelo partido. Depois, largou o partido, me deixou sozinho e nem me avisou, soube através da imprensa. Ele escolheu um lado e não me chamou. Tive que me mexer e buscar o meu lado. André Ceciliano foi um cara que sempre me ajudou na Alerj, e sou muito grato a pessoas assim — afirmou Bebeto ao GLOBO.
Após a ida de Romário para o PL, em abril de 2021, Bolsonaro se filiou ao partido em novembro do mesmo ano. Bebeto, por sua vez, decidiu ingressar no PSD a convite do prefeito do Rio, Eduardo Paes, na janela partidária de 2022. Assim como Ceciliano, Paes se engajou na campanha presidencial de Lula (PT).
Fonte - O globo