Miranda foi internado no dia 6 de agosto do ano passado para tratar uma infecção gastrointestinal, e foi alvo de infecções sucessivas, em um quadro de septicemia.
O ex-deputado federal David Miranda morreu no Rio na manhã desta terça-feira (9), aos 37 anos. Ele faria 38 anos nesta quarta (10) e deixa o marido, o jornalista Glenn Greenwald, e três filhos. A morte foi confirmada por Glenn nas redes sociais.
"É com a mais profunda tristeza que eu comunico a morte do meu marido, David Miranda. Ele iria fazer 38 amanhã. Sua morte, no início desta manhã, ocorreu após uma batalha de 9 meses na UTI. Ele morreu em paz, cercado por nossos filhos, pela família e por amigos", escreveu. Eles estavam juntos havia 18 anos.
O corpo do político será velado das 10h às 15h desta quarta-feira (10) na Câmara Municipal de Vereadores, no Centro do Rio. O local do sepultamento não foi divulgado.
David Miranda em imagem de julho de 2019 — Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Filhos prestam homenagem nas redes sociais
Logo após a divulgação da morte, os três filhos de David prestaram homenagem ao pai nas redes sociais.
Em posts emocionados e com fotos da família, João Victor, de 15 anos, Jonathas de 14, e Marcelo, de 19, falaram da importância e da convivência com o pai.
Em uma foto em que aparece bebê no colo de David, João escreveu: “ Te amo pai, vai estar sempre no meu coração”.
Filhos prestam homenagem a David Miranda — Foto: Reprodução/Redes sociais
Já Jonathas preferiu usar uma foto do pai para falar do homem que ele era.
“Hoje fica uma lembrança muito especial para mim e todos que amam meu pai David. Um pai guerreiro, lutador etc… não importa o que aconteça, eu sempre estarei aqui pra ti, pai ....eu te amo muito. Agora está em um lugar descansando e feliz, como o senhor sempre foi e sempre será”, escreveu.
Ele também repostou uma imagem em que aparece com um dos irmãos agarrando o pai, no primeiro Dia dos Pais dos três, já que David também não conheceu o pai quando criança.
O primeiro Dia dos Pais de David, Jonatas e João — Foto: Reprodução
Marcelo também postou momentos com os irmãos e o pai: “Sempre vou te amar... Você vai estar sempre no meu coração ❤️😭”
Nove meses na UTI
Miranda foi internado no dia 6 de agosto de 2022 na Clínica São Vicente, na Gávea, para tratar uma infecção gastrointestinal, e foi alvo de infecções sucessivas, em um quadro de septicemia.
“Desde a primeira semana, houve três ocasiões em que seus médicos me ligaram e nos disseram para nos prepararmos para o pior, que suas chances de sobrevivência nas próximas 48 a 72 horas eram muito baixas, quase impossíveis. Nem vou me dar ao trabalho de tentar explicar como é ter que dizer a seus filhos, à família e aos melhores amigos de seu marido que é hora de ir para o hospital pelo que provavelmente será a última vez”, disse Glenn na época.
Na ocasião, Glenn disse que o marido se mantinha “a maior parte do tempo acordado” e conseguia conversar, “apesar da traqueostomia que teve que fazer”. Miranda, no entanto, já dependia de um ventilador para assistência respiratória.
Glenn, David e os filhos — Foto: Reprodução/Redes sociais
‘Vida extraordinária’
David Michel dos Santos Miranda nasceu em 10 de maio de 1985. Antes de entrar na política, foi jornalista e estrategista de marketing.
Na postagem sobre a morte de Miranda, Glenn destacou que a vida do marido “foi extraordinária em todos os sentidos”.
“A mãe dele morreu quando ele tinha 5 anos, deixando-o órfão no Jacarezinho”, escreveu. “Mas uma vizinha, Dona Eliane, o adotou, apesar de já ser mãe de 4 e da extrema pobreza. Isso lhe deu uma oportunidade de vida”, narrou.
Glenn lembrou, ainda, que o marido teve um papel fundamental no caso de Edward Snowden. Miranda coordenou a campanha pelo asilo para o analista e trabalhou ativamente nas revelações dos programas secretos de vigilância global dos Estados Unidos.
David Miranda foi o primeiro homem gay eleito para a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, pelo Psol, e assumiu uma vaga na Câmara de Deputados, em Brasília, após a renúncia de Jean Wyllys.
David, Glenn e os filhos — Foto: Reprodução/Redes Socais
Fonte - G1/Rio de Janeiro