Justiça tailandesa condenou a moradora de Pouso Alegre a 9 anos e 6 meses de prisão, divididos em 2 anos por crime civil e 7 anos e 6 meses por crime penal.
Em 27 fotos: Conheça Mary Hellen, brasileira presa na Tailandia por tráfico de cocaína
Um ano após a condenação por tráfico internacional de drogas, a brasileira Mary Hellen Coelho continua presa na Tailândia. A jovem e outro brasileiro foram detidos em fevereiro do ano passado, no aeroporto de Bangkok, com 9 kg de cocaína.
No dia 8 de maio de 2022, a Justiça Tailandesa condenou a moradora de Pouso Alegre a 9 anos e 6 meses de prisão, divididos em 2 anos por crime civil e 7 anos e 6 meses por crime penal. A informação foi divulgada no dia 11 de maio.
Nesta semana, a jovem completa um ano de prisão. Segundo um dos advogados de Mary Hellen, a defesa informou que aguarda o cumprimento de um sexto da pena para pedir o “perdão real”.
“Corresponde a um ano e meio de prisão. Há possibilidades de conseguir o Perdão Real, pois tem bom comportamento”, afirmou Telêmaco Marrace.
Apesar de ter sido condenada a 9 anos, Telêmaco explicou que, no âmbito civil, a sentença deve ser cumprida através do pagamento de multa. Porém, caso o valor não seja pago, a pena da jovem, no âmbito penal, pode subir para pouco mais de 11 anos de prisão.
A multa é de 70 mil Baht, o equivalente a cerca de R$101 mil reais, segundo o câmbio nesta sexta-feira (12). O advogado informou que a família de Mary Hellen não tem condições de pagar a quantia.
“Uma brasileira que reside fora do país se propôs no futuro a pagar o valor da multa, pois se sensibilizou muito com o caso, mas não há nenhuma garantia ainda”, contou.
A família
Telêmaco contou que Mary Hellen continua a ter contato com a família. Ele também informou que as visitas no presídio de Bangkok passam por um rígido cadastro e não há informações de que ela tenha recebido visitas.
Na época da prisão, a família contou que não sabia do envolvimento da jovem com as drogas. Segundo a irmã de Mary Hellen, ela informou que iria viajar para Curitiba, mas não contou o motivo. A irmã pensava que ela teria ido ao encontro de um possível namorado.
Poucos meses após a prisão, a mãe de Mary Hellen morreu. Thelma Coelho morava em Pouso Alegre e lutava contra um câncer.
O g1 entrou em contato com o Itamaraty. Por meio de nota, eles informaram que o "Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Bangkok, tem conhecimento do caso e, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local, vem prestando a assistência consular cabível à nacional".
Entenda o caso
Mary Hellen Coelho Silva foi detida em fevereiro deste ano com outro brasileiro no aeroporto de Bangkok com 9 kg de cocaína. A droga estava escondida dentro de um compartimento oculto das três malas que eles carregavam. Outros seis quilos da droga estavam com outro suspeito, que foi preso horas depois. Os três são investigados por tráfico internacional de drogas.
Na época, o Itamaraty informou que, por meio da embaixada de Bangkok, acompanha a situação e presta toda assistência aos brasileiros.
Desde o fim de 2021, a lei contra o tráfico de drogas mudou na Tailândia. Segundo a nova legislação, a pena máxima para o tráfico de cocaína no país é de 15 anos de prisão.
Brasileira se declarou culpada
O advogado Telêmaco Marrace informou que Mary Hellen se declarou culpada perante o juiz na Tailândia. Por isso, no dia 7 de maio, a jovem não foi julgada por um tribunal e foi apenas sentenciada.
Ainda de acordo com Telêmaco, a brasileira confessou que entrou com drogas no país e afirmou ter sido 'mula' do tráfico. Até então, os advogados afirmavam que a jovem não sabia da existência da droga dentro da mala.
Suspeita de aliciamento presa
No dia 5 de maio, a Polícia Federal (PF) prendeu uma mulher suspeita de aliciar os três brasileiros que foram presos por tráfico internacional de drogas, no Aeroporto Internacional de Suvarnabhumi, em Bangkok, na Tailândia. Diante disto, um dos advogados de Mary Hellen, Telêmaco Marrace, afirmou que a prisão da mulher "abria caminho para a extradição" da jovem.
A mulher foi solta, no dia 21 de maio, após pagar fiança no valor de dois salários mínimos - que representam R$ 2.424. A decisão foi da juíza Sandra Regina Soares, da 9ª Vara Federal de Curitiba. De acordo com o documento, não constam antecedentes criminais contra ela.
Fonte - g1 Sul de Minas