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EM NOME DA FÉ - Bispo do golpe: religioso é acusado de embolsar dinheiro de médico cubano

Religioso fez contato com a companheira do médico afirmando que conhecia "gente grande" dentro do Revalida e conseguiria ajudar no processo

Reprodução

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga o bispo da Igreja Católica Apostólica da Redenção, Valdiley Abadia da Silva (foto em destaque), após uma mulher registrar ocorrência acusando o religioso de aplicar um golpe e ter embolsado R$ 10 mil. De acordo com a denúncia, a vítima teria pedido ajuda para conseguir o Revalida para o marido, um médico cubano que havia trabalhado no programa Mais Médicos.

O imbróglio se arrasta desde dezembro de 2021, quando a esposa do médico — amiga de longa data do bispo — o perguntou se conhecia alguém que pudesse orientar sobre o processo necessário para validar o diploma de medicina conseguido fora do Brasil. “Naquele momento, não houve resposta do Valdiley. Já em setembro do ano seguinte, ele me procurou perguntando se eu teria sido a pessoa a pedir auxílio sobre o Revalida. Eu disse que sim, e ele respondeu que teria como ajudar”, contou a mulher, sem se identificar.

Em fevereiro deste ano, o bispo fez contato com a companheira do médico, afirmando que conhecia “gente grande” dentro do Revalida e conseguiria ajudar no processo. O religioso pediu cópia de todos os documentos do médico cubano, além de fotos. “Dali para frente, foram dezenas de ligações e trocas de mensagens e áudios pelo WhatsApp, sempre com o Valdiley me garantindo que tudo daria certo”, contou.

Ouça o bispo Valdiley Abadia afirmando que ajudaria o médico cubano a conseguir o Revalida:



Pedido de R$ 10 mil

No mês seguinte, a mulher do médico contou ter sido convencida a pagar pelos serviços do religioso e de um suposto “contato” dentro do Revalida. “Precisei fazer um empréstimo a juros alto para pagar esses R$ 10 mil ao bispo e tentar resolver a situação do meu marido, que parou de trabalhar após o contrato do Mais Médicos ter se findado”, disse.

Quando a vítima percebeu que o processo não andava, passou a cobrar o religioso para que devolvesse o dinheiro. No entanto, o bispo passou a apresentar uma série de desculpas para protelar a devolução. “Nas últimas semanas, ele passou a me enrolar, dizendo que o tesoureiro da igreja dele iria fazer um Pix, mas o dinheiro nunca foi transferido”, desabafou.

A vítima revelou que o bispo era conhecido na cidade goiana de Nerópolis como “padreco” e havia participado como cabo eleitoral de um candidato a a prefeito do município. “Ainda tem um outra pessoa nesse golpe, para onde o dinheiro foi enviado. Essa pessoa aparece em vários áudios para simular que estaria resolvendo o Revalida”, explicou a vítima.

Vale ressaltar que a Igreja Católica Apostólica Romana não reconhece a autoridade do bispo Valdiley e nem mesmo a Igreja Católica Apostólica da Redenção.

O outro lado

A coluna procurou o bispo para comentar sobre as denúncias apuradas pela Polícia Civil do DF envolvendo o suposto golpe de R$ 10 mil. Em nota, o religioso confirmou que a mulher o teria procurado, além de ser conhecidos há mais de 15 anos.


“Indiquei um conhecido, sr. Marino Candido de Oliveira, como despachante. Foi feita uma negociação entre eles pelos serviços no valor total de R$ 20 mil, sendo que o próprio interessado passou, via Pix, R$ 10 mil para conta do sr. Marino em 28/02/2023. Ou seja, há 75 dias, e não em 2021, conforme a matéria informa. Tudo conforme comprovante bancário de 28/02/2023, e o restante do valor seria pago no sucesso da operação”, defende.

“Conforme esclarecimento do sr. Marino Candido de Oliveira, a documentação apresentada tinha pendências e o processo não foi viabilizado. Eu tentei ajudar de alguma forma conciliando as duas partes. A solução é que o valor já pago será ressarcido, conforme compromisso já registrado, para a próxima semana”, concluiu o religioso.

Fonte - Metrópoles

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