Em mais um capítulo dos altos e baixos das parcerias políticas que não vão longe, entre as quais, possiveis exigências de "assessores" próximos a parlamentar, justamente aqueles que mais atrapalham do que ajudam, a deputada distrital Jaqueline Silva amargou a perda da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE/DF), onde tinha vários dos seus correligionários nomeados. Por outro lado, agora com menos peso politico, ela poderá indicar nomes para as Centrais de Abastecimento do DF - CEASA/DF.
As exonerações da SDE saíram logo no dia 1º de janeiro de 2023, já as nomeações para o CEASA/DF tiveram inicio recentemente com a posse de Bruno Sena para a presidência e do seu fiel escudeiro Amir Gomes (Miro) para a Diretoria de Segurança Alimentar e Nutricional, aquele mesmo das várias trapalhadas de quando administrou Santa Maria.
Comenta-se pelos bastidores que tudo começou após uma suposta "exigência" de uma pessoa próxima da deputada em querer que a Vice-Presidência da CLDF fosse garantida para deputada na marra, sob a argumentação de que essa teria peso político devido os seus mais de 27 mil votos nas últimas eleições. Como resultado a parlamentar não teria ficado com nenhum cargo na mesa e nem presidindo ou como vice de quaisquer comissões.
Se colocar na balança, trocar a SDE pelo Ceasa representa uma perda de influência considerável, mas devido à sua expressiva votação em 2022 e a sua lealdade ao governador Ibaneis Rocha, a expectativa é de que a deputada Jaqueline Silva sempre tenha espaço no governo; e tudo pode mudar a qualquer tempo, afinal a política é imprevisível.
Atualmente a deputada possui indicação na maioria dos cargos da Administração Regional de Santa Maria juntamente com as do Ceasa/DF, além das nomeações no seu próprio gabinete, mas o prestígio político junto ao governo e CLDF, esses parecem ir ladeira abaixo.
Recentemente a parlamentar e sua "assessoria" resolveram trocar o comando da Administração de Santa Maria, tirando Marileide Romão, liderança comunitária no cargo há mais de 3 anos, por um desconhecido da cidade (apesar de segundo fontes ser morador do Porto Rico). A mudança desagradou lideranças importantes que tinham em Marileide uma referência de respeito, trabalho e compromisso com o cargo, além de possuir identidade com a cidade. É o caso de Raimundo Rocha popularmente conhecido por Raimundo Preto, que se sentiu traído pela deputada ao promover a troca. "Houve uma falta de respeito, principalmente com as lideranças que receberam com bastante indignação a notícia repentina da saída de Marileide do cargo, mesmo após a deputada nos garantir que a ela continuaria no cargo", disse.
Raimundo afirma que a indignação, não somente dele, mas de várias outras lideranças locais, entre as quais "Alã de Brito, Izilda e outros", foi o suposto motivo para a troca. "Ninguém da assessoria de Jaqueline nos procurou para saber da nossa opinião ao contrário do que aconteceu com a sua indicação e agora ficamos sabendo desse motivo que nos deixa mais indignados ainda", relatou.
De acordo com comentários que circulam entre lideranças locais, a substituição de Marileide aconteceu após um desgaste entre a então administradora e uma pessoa próxima de Jaqueline, aonde essa estaria insatisfeita por Marileide ter seu nome ventilado por lideranças da cidade para disputar uma das cadeiras da CLDF nas últimas eleições.
Ainda de acordo com os comentários, Romão só foi mantida no cargo devido aquele ser ano de eleições e a sua exoneração poderia trazer um desgaste político de proporções imensuráveis para a imagem de Jaqueline Silva que naquele ano concorria a reeleição.
Ao que parece, o segundo mandato de Jaqueline Silva promete e ela deverá trabalhar muito para manter a imagem de boa moça junto às liderança de Santa Maria, governo e seu pares na CLDF.
A sociedade do Distrito Federal espera um final feliz, ainda mais devido se tratar de uma parlamentar que foi eleita com os jargões de "minha gente" e "mandato compartilhado".
