Discursão ocorreu durante debate de um voto de condenação aos atos de vandalismo em Brasília no último domingo (8/1)
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O deputado André Ventura, líder do Chega, partido português de extrema direita, insultou o presidente brasileiro. Na tribuna do Parlamento português, Ventura chamou o petista de “bandido” na sexta-feira (13/1).
A expressão foi repudiada pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva. A discursão ocorreu durante o debate de um voto de condenação aos atos antidemocráticos em Brasília no último domingo (8/1).
“Compreendemos a fúria e angústia de milhões de brasileiros por verem o seu país governado por um bandido”, declarou Ventura.
O parlamentar foi repreendido pelo presidente do parlamento por ter usado uma expressão ofensiva contra um chefe de Estado de “um país amigo de Portugal”.
“Essa é uma expressão ofensiva em relação ao presidente de um país muito amigo de Portugal”, disse Augusto Santos Silva, afirmando que se sentia obrigado, pelo regimento da Casa, a pedir que Ventura não se referisse daquela forma ao líder do Brasil – “ou ao de qualquer outra república”, disse Augusto Santos Silva.
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Ao retomar o discurso, o líder ultradireitista declarou ser “difícil se dirigir ao presidente do Brasil de outra forma”. Ele ainda ressaltou compreender os bolsonaristas que ocuparam os quartéis do Exército por não aceitarem o resultado eleitoral de outubro.
André Ventura é apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro e, à época do período eleitoral, chegou a fazer um vídeo pedindo votos: “O regresso do presidente petista ao poder é uma tragédia para o Brasil, para a América Latina e para o mundo que fala português. Em Portugal, não temos dúvida: Bolsonaro é a escolha certa”, disse.
O vídeo foi compartilhado por Bolsonaro nas redes sociais em 1° de outubro, um dia antes das eleições em primeiro turno.
Em 2020, após um episódio de racismo durante um jogo de futebol, o parlamentar e presidente do Chega disse que “brasileiros são ignorantes” e que “não valia a pena falar com ignorantes”.
O Chega também é acusado de xenofobia por imigrantes brasileiros que tentaram se filiar ao partido. Em 2021, uma ex-dirigente da legenda em Braga, a brasileira Cibelli Pinheiro de Almeida, acusou colegas de perseguição por eles se recusarem a mantê-la no partido.
Fonte - Metrópoles