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PARA BAIXO DO TAPETE – Presidente petista não quer que Congresso investigue atos de vandalismo e diz ser contra CPI

Em todos os seus pronunciamentos anteriores o presidente petista disse que apurar os atos de vandalismos que assolaram Brasília no último dia 8 “seria uma questão de extrema necessidade", porém diante do interesse do poder legislativo em também investigar os atos através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, ele mudou o discurso e em entrevista exclusiva à GloboNews, afirmou que o governo tem 'instrumentos' suficientes para investigar e que uma CPI que chegou a ser defendida pelo presidente do Senado seria desnecessária. Temer o que?

Gustavo Moreno/Metrópoles

As informações que circulam nas redes sociais de que membros da esquerda poderiam estar infiltrados e participado ativamente dos atos de vandalismo que ocorreram na Esplanada dos Ministérios em Brasília, podem ser o motivo de o presidente petista afirmar nesta quarta-feira (18) que a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pode criar uma "confusão tremenda" na apuração dos atos de vandalismo ocorridos em Brasília no último dia 8.

“Nós temos instrumentos para fiscalizar o que aconteceu nesse país. Uma comissão de inquérito pode não ajudar e ela pode criar uma confusão tremenda, sabe? Nós não precisamos disso agora”, afirmou.

A deixar claro que o governo tem capacidade de investigar o episódio sem a necessidade de participação de terceiros para elucidação do caso, neste caso o Congresso Nacional, o petista pode estar levantando suspeitas sobre a participação de membros esquerdistas infiltrados nos atos, conforme circulam “comentários” nas redes sociais. Além disso, com a fala do petista, tudo leva a crer que os comentários podem ser verdadeiros e o mais grave é que o presidente petista “sabia da participação de esquerdistas nos atos” e por esta razão tenta descredibilizar a realização da comissão, ainda mais sabendo que a condução dos trabalhos da tal comissão seria feita por parlamentares da nova legislatura, que possui na sua maioria membros ligados a ala de direita. Um balde de água fria sobre o governo e principalmente ao partido de esquerda que tenta a todo custo transformar o ato de vandalismo em terrorismo, que é mais grave e atribuir a culpa somente a direita, descredibilizando os rumores que circulam nas redes sociais de que houve participação de membros de esquerda infiltrados nos ataques as sedes dos três poderes, inclusive praticando a maioria dos atos de vandalismo.

A abertura de uma CPI começou a ser articulada por parlamentares no dia seguinte à invasão de radicais “bolsonaristas” ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os vândalos destruíram vidraças, móveis e obras de arte nos prédios que são sedes dos Três Poderes.

No Senado, o requerimento de criação, apresentado pela senadora e ex-presidenciável Soraya Thronicke (União Brasil-MS), já ultrapassou o mínimo necessário de apoios – 27 senadores. Soraya defende a instalação da CPI para apurar a organização, o financiamento e autoria dos ataques em Brasília, que pode chegar até “esquerdistas” infiltrados nos atos.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), chegou a classificar a instalação da CPI como "muito pertinente" e "adequada", mas o presidente petista avaliou que, embora a decisão seja do Congresso Nacional, não há justificativa para a abertura da CPI. Para ele, a estrutura de apuração da comissão não se diferencia do que já existe à disposição do governo federal.

"É uma decisão do Congresso Nacional, não é minha. Portanto, os partidos políticos, na Câmara e no Senado é que vão decidir", declarou.

"Se, por acaso, eles me pedissem um conselho – que é difícil pedir conselho – eu dizia: não façam CPI, porque não vai ajudar", acrescentou.

“O que nós podemos investigar numa CPI que a gente não possa investigar aqui e agora? Nós estamos investigando, tem mil e trezentas pessoas presas. [...] O que você pensa que a gente vai ganhar com uma CPI?”, indagou.

De acordo com o defensor público Gustavo Ribeiro, “maioria dos participantes dos atos não deveria estar presa”. Segundo ele, “boa parte dos presos é de “inocentes úteis”, ou seja, pessoas que vieram a Brasília sem uma causa definida, convidadas por terceiros e até mesmo pela possibilidade de viajar até a capital federal de graça”, o que já é um presente para muitas pessoas “humildes.”

Nas audiências dos atos de vandalismos, segundo o defensor público – mais de 1.200 pessoas já foram ouvidas – o papel do defensor não é julgar se o preso cometeu ou não algum crime, mas se as condições de sua prisão estão nas regras, se não há abusos e se há necessidade de o acusado estar detido. Avalia se não pode responder em liberdade, e não em prisão cautelar.

A julgar pela maioria das prisões, caracteriza-se, segundo o defensor, que há de fato um “exagero do judiciário” ao decretar tais prisões sem prazo definido e que seu intuito é dar uma justificativa a sociedade quanto a sua finalidade, uma vez que, diante dos vários questionamentos negativos que esse vem recebendo, inclusive quanto ao processo eleitoral, já sacramentado pelo TSE, a situação do judiciário está de baixo para pior.

Fonte - G1/Política *com adaptações Agência Satélite

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