Celina Leão, governadora em exercício do Distrito Federal, falou ao Metrópoles sobre prioridades da gestão à frente do GDF e futuro da SSP
Vinícius Schmidt/Metrópoles
A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), disse que não quer o lugar de Ibaneis Rocha (MDB), mas prometeu que fará uma gestão marcante durante o período em que estiver à frente do Governo do DF.
Celina concedeu ao Metrópoles, na terça-feira (17/1), a primeira entrevista exclusiva desde que assumiu o GDF. Ela chegou ao cargo de governadora interina após o Supremo Tribunal Federal (STF) afastar o governador Ibaneis Rocha, pelo prazo de 90 dias, contados a partir de 8 de janeiro de 2023.
Confira a entrevista:
“Eu não quero o lugar de Ibaneis, porque nós fazemos parte de um projeto. Não há disputa política entre mim e o governador Ibaneis. Há um projeto político em curso, no qual eu sempre estive muito presente em todos os momentos difíceis”, disse Celina.
A governadora em exercício também falou sobre reajuste de servidores, do novo secretário de Segurança Pública, detalhou obras em andamento, comentou o estado da saúde pública da capital federal e deu detalhes sobre a investigação a respeito da responsabilidade de servidores na invasão e depredação do STF, Congresso Nacional e Palácio do Planalto, ocorridas no último dia 8.
Reajustes
Celina antecipou que o secretário de Planejamento, Orçamento e Administração do DF, Ney Ferraz, apresentará a ela, ainda nesta semana, o projeto de reajuste de todos os servidores do DF, exceto os da segurança pública, que são pagos com recursos da União.
Ibaneis já tinha dito que daria aumento de 18% para o funcionalismo distrital, mas a proposta ainda não foi aprovada internamente no GDF, etapa anterior ao envio à Câmara Legislativa do DF (CLDF).
Já sobre a discussão com o governo federal a respeito da recomposição salarial dos bombeiros e dos policiais militares e civis, Celina disse que a medida é importante, mas que o comportamento de alguns integrantes das forças de segurança diante dos ataques às sedes dos Três Poderes pode afetar as negociações.
A governadora em exercício lembrou que Ibaneis havia enviado à Presidência da República, no ano passado, o pedido de reajuste de 18% para as forças de segurança. “Ou seja, já havia necessidade desse reajuste, e nós vamos trabalhar com unhas e dentes para ele. Mas, primeiro, nós temos de ter uma boa relação institucional, senão podemos ter negativa e não termos o aumento”, frisou Celina.
Novo secretário de Segurança
Celina disse que a equipe da Secretaria de Segurança Pública será escolhida pelo governo federal. E pontuou que ela manterá os nomeados mesmo após o término do período da intervenção, previsto para 31 de janeiro de 2023.
Sobre os acontecimentos referentes aos atos de bolsonaristas golpistas, a governadora em exercício destacou que o interventor Ricardo Cappelli conseguiu detectar que havia um planejamento de segurança que não foi cumprido e que houve uma mudança durante o percurso dos invasores: “Isso foi falado pelo próprio interventor, porque eu não tive acesso ao inquérito”.
CPI e projetos
Sobre a CPI que investigará os atos antidemocráticos em Brasília, instaurada pela CLDF, Celina disse que o objetivo não é tirar Ibaneis do cargo. “Por mais que tenha diferença ideológica, esta é uma chapa que ganhou em primeiro turno. É a vontade popular nas urnas”, afirmou.
Na entrevista, Celina Leão lembrou a sua atuação como parlamentar. Ela foi eleita duas vezes deputada distrital e uma federal. “Nós aprovamos 200 projetos, 84 deles foram sancionados. Graças ao diálogo e ao respeito que eu tenho por todas as deputadas da esquerda, por todas as deputadas de centro e por todas as deputadas da direita.”
Fonte - Metrópoles