No último mês, o real perdeu 1,3% do seu valor frente ao dólar e só está atrás do peso argentino entre as maiores desvalorizações
Michael Melo/Metrópoles
Desde o dia 28 de outubro, a sexta-feira que antecedeu o segundo turno das eleições presidenciais no Brasil, o real encolheu mais de 1% frente ao dólar. A moeda brasileira só perde para o peso argentino no ranking de divisas que mais se desvalorizaram no último mês. No mesmo período, a maior parte das moedas ganhou valor frente ao dólar.
Nos Estados Unidos, a sinalização de uma pausa na alta dos juros crio um fluxo de saída de recursos do mercado, e por isso o dólar tem se enfraquecido.
O Banco Central americano (o Federal Reserve) aumentou as taxas básicas para conter a inflação no país, que chegou ao maior patamar em 40 anos. Mas os preços parecem estar finalmente recuando, e analistas acreditam que o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos pode estar perto do fim.
Apenas o peso argentino, o real brasileiro, a rupia indonésia e a lira turca registraram desvalorização no último mês, e remaram na contramão do mercado por questões políticas e econômicas próprias.
No Brasil, as incertezas em relação ao próximo governo têm puxado o dólar para cima. A equipe de transição de Luiz Inácio apresentou uma PEC que, se aprovada, permitirá executar despesas de quase R$ 200 bilhões fora do limite do teto de gastos.
O “furo” na regra fiscal afasta os investidores estrangeiros e causa uma saída de dólares do mercado, o que, por sua vez, derruba a cotação do real.
Fonte - Metrópoles