Como menina se alimenta e faz atividades usando os pés, ela adquiriu escoliose, segundo a mãe. Dona de casa diz que tenta procedimento na rede pública desde começo do ano.
Sofya Gabrielly Veiga, que nasceu sem os braços e tem escoliose, em Goianira, Goiás — Foto: Arquivo pessoal/Silvana Veiga e Montagem/g1
A dona de casa Silvana Veiga, de 44 anos, mãe da Sofya Gabrielly Veiga, de 9 anos, que nasceu sem os braços, luta para conseguir uma cirurgia que pode melhorar a qualidade de vida da filha. Segundo a mãe, como a menina se alimenta e faz quase todas as atividades usando os pés, ela adquiriu uma doença que deixou a coluna dela torta, por isso, precisa operar (veja vídeo acima).
“Ela sente muito desconforto. A coluna dela é torta, como um ‘S’. Essa cirurgia pode corrigir o problema. Eu desejo muito que ela faça essa cirurgia para melhorar a qualidade de vida dela”, pediu a mãe.
A família vive em Goianira, na Região Metropolitana de Goiânia, mas Sofya faz tratamento no Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), na capital. De acordo com a mãe, um médico da unidade diagnosticou a menina com escoliose, que é um encurtamento da coluna causado por uma curvatura lateral, e pediu, no começo do ano, uma cirurgia para tratar o caso.
“Quanto mais a escoliose cresce, a costela dela vai afundando e, com o tempo, ela pode ter problemas renais, respiratórios, no coração, por isso, o médico pediu essa cirurgia ainda para este ano”, disse.
Silvana Veiga junto com a filha Sofya Gabrielly Veiga, de 9 anos, em Goianira, Goiás — Foto: Arquivo pessoal/Silvana Veiga
Conforme Silvana, ela teve informação de que a cirurgia já foi autorizada pela Central de Regulação. Apesar disso, a mãe reclama da demora para que o procedimento seja feito.
“Eu ligo no Crer quase toda semana para saber em que posição da fila minha filha está e as vezes me falam ‘ah, ela está na 50’, mas depois me falaram que subiu, que estava em 58. Eu perguntei o motivo e me falaram que é porque casos mais graves são passados na frente dela”, contou.
Ao g1, o Crer disse que a paciente está inserida no sistema de regulação de cirurgias eletivas e que entrará em contato com a mãe, para agendar a cirurgia, assim que a Autorização de Internação Hospitalar (AIH) for autorizada pela Central de Regulação e conforme a capacidade da unidade.
A reportagem também solicitou posicionamento para a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, mas foi informada de que é preciso verificar com a Secretaria Estadual de Saúde (SES). Com isso, o g1 solicitou uma resposta à SES, por e-mail enviado às 20h16, e aguarda retorno desde a última atualização.
Foto mostra coluna de Sofya Gabrielly Veiga, de 9 anos, que tem escoliose, em Goianira, Goiás Foto: Arquivo pessoal/Silvana Veiga
A mãe conta que Sofya nasceu sem os dois braços devido a uma má-formação durante a gestação e, além disso, ela também tem o fêmur “menor” do que seria o normal. Com isso e somado à escoliose, a menina também tem dificuldades para andar ou ficar muito tempo em pé.
“Ela tem dificuldade para andar. O fêmur dela é muito pequenininho e esse ossinho é afastado do encaixe no quadril, então, ela não tem firmeza de ficar em pé por muito tempo”, disse.
A mãe conta que a garota, que faz a maioria das atividades usando os pés, frequenta a escola e gosta de ter sua independência. Apesar disso, Silvana precisa ajudá-la em determinadas situações, como colocando comida no prato, a levando ao banheiro e em outras atividades.
“Apesar da deficiência física, ela gosta de ter a independência dela. Ela vai à escola, gosta de estudar, mas, por causa desse problema, ela está sentindo a coluna cansada. Tem dias que ela não consegue ir à escola por causa disso”, conta Silvana.
Silvana Veiga e os filhos em Goianira, Goiás
Foto: Arquivo pessoal/Silvana Veiga
Silvana conta que mora só com Sofya e outro filho, de 13 anos, que sofre com ansiedade e hiperatividade. Como precisa cuidar e dar suporte à filha, ela não trabalha e disse que a renda da família é o Benefício de Prestação Continuada (BPC) de Sofya, além do pagamento de pensão por parte dos pais da menina e do menino.
“Nós sobrevivemos do benefício e das pensões, mas o meu outro filho também toma remédios controlados, então, nós vamos precisar de ajuda depois que a Sofya fizer a cirurgia, porque terei que arrumar alguém para cuidar do meu outro filho e também precisaremos de um colchão especial”, contou a mãe.
Fonte - G1/Goiás.