Coluna Leo Dias teve acesso a detalhes do processo que gerou a condenação de Leandro Lehart
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A coluna LeoDias teve acesso exclusivo a detalhes do processo que gerou a condenação em primeira instância por estupro e cárcere privado do cantor Leandro Lehart, do grupo Art Popular. Além disso, este espaço também conversou a advogada Luciana Terra, que representa a vítima no processo. Para preservar a vítima, o nome da mulher será mantido sob sigilo.
Relacionamento que virou agressão
Segundo fontes que tiveram acesso ao processo, a vítima conheceu Leandro Lehart em um projeto de música o qual ele era diretor. Os dois desenvolveram uma amizade que acabou gerando um envolvimento romântico.
Em um primeiro momento, o cantor e a vítima mantiveram relações sexuais consensuais. No entanto, em um dia, após Leandro Lehart pedir para que a mulher realizasse “desejos sexuais” aos quais não concordou, o estupro foi cometido.
Buscando “acalmar” a vítima, o vocalista do Art Popular a prendeu em um banheiro durante várias horas, prometendo soltá-la só quando estivesse mais calma. Isso acabou por gerar a condenação de Leandro Lehart também por cárcere privado. O crime ocorreu há pouco mais de um ano.
Conversa com a advogada e efeitos sentidos até hoje
Estes atos foram confirmados pela advogada da vítima, Luciana Terra, em entrevista à coluna LeoDias: “Ela chegou ao projeto Justiceiras (ONG a qual a mulher procurou suporte após o crime), buscando auxílio jurídico, psicológico e sócioexistencial. Ela tinha uma amizade com o senhor Leandro e, em alguns momentos, ficavam juntos. Em uma dessas vezes, ocorreu a situação de estupro e cárcere privado”.
Segundo a advogada, a mulher até hoje sofre de estresse pós-traumático, além de ter tentando tirar a própria vida e estar impossibilitada de trabalhar. “Ela até hoje sofre desses traumas. Tentou suicídio, está em isolamento social, não consegue mais trabalhar e isso a devastou por inteira. Era antes uma pessoa e, hoje, é outra”, disse Luciana.
A coluna descobriu que, por conta de todos os danos psicológicos causados, a vítima perdeu mais de 40 quilos desde o crime. Organizações sociais apoiaram a mulher, como o Justiceiras, previamente citado nesta matéria, e o Instituto Um Novo Olhar que forneceu atendimento laboratorial a mulher.
Reação após a condenação
Logo após a condenação ter sido relevada, a advogada deu detalhes de como a vítima reagiu. “Ela ainda está muito abalada com toda essa história. Agora não é mais uma denúncia, é uma condenação. A Justiça, em primeira instância, reconheceu a violência sofrida. A mulher reagiu com muita alegria, muito alívio, porque a Justiça realmente a ouviu, ainda mais nesses casos quando é uma pessoa com poder econômico, famoso. Ela é uma mulher preta e pobre da periferia”, contou.
Luciana Terra deu um recado final em nome da defesa e pediu que as mulheres vítimas de violência confiem no poder judiciário: “O recado é que as mulheres confiem na Justiça, agora temos uma condenação com uma pena de 9 anos e 7 meses de prisão em regime fechado, em um crime hediondo, que teve subjugação e crueldade contra uma mulher”.
Fonte - Metrópoles