A vítima foi esfaqueada 17 vezes. De acordo com o delegado responsável pelo caso, os golpes acertaram costas, testa e olho
Reprodução PCMT
Dois amigos começaram a discutir por motivação política quando um deles tentou decapitar o outro com um machado após esfaqueá-lo.
O delegado Higo Rafael, que atua no caso, disse ao Metrópoles que a vítima levou 15 facadas na testa. O homem ainda foi ferido nas costas e no olho.
O conflito teria começado na quarta-feira (7/9), quando Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, e Benedito Cardoso dos Santos, de 42, estavam fumando cigarro, começaram a falar sobre política, e se desentenderam.
Em seguida, os dois deram início a uma briga física e, em certo momento, o rapaz esfaqueou o outro.
Segundo informações da Polícia Civil do estado, “o crime foi cometido por motivo torpe, mediante meio cruel, e estimulado por discussão política”.
Foram 17 golpes no total. Segundo o delegado, após atingido, Benedito teria xingado Rafael de “filho da puta”, o que deixou o bolsonarista com mais raiva ainda. O agressor pegou um machado e tentou decapitar o colega.
Autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil e meio cruel, Rafael de Oliveira está preso. A Justiça converteu a prisão em preventiva ainda na noite de quinta-feira (8/9). O suspeito confessou o crime após buscar atendimento médico para tratar dos ferimentos causados pela briga com o colega.
“Intolerância não será admitida”
Ao determinar a prisão de Rafael, o juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra Mendes, da 3ª Vara de Porto Alegre do Norte, disse que “a intolerância não deve e não será admitida, sob pena de regredirmos aos tempos de barbárie”.
“Lado outro, verifica-se que a liberdade de manifestação do pensamento, seja ela político-partidária, religiosa, ou outra, é uma garantia fundamental irrenunciável”, diz a peça.
Ainda conforme o despacho do magistrado, a prisão do acusado é necessária para manter a sociedade ciente do crime. “Ademais, por ora, estão presentes todos os requisitos para a custódia cautelar”, assinala.
Segundo o juiz, o suspeito pela morte "do amigo" tem outras passagens pela polícia, como latrocínio, estelionato e falsificação de documento.
Homem morto em festa de aniversário
O episódio envolvendo desavenças políticas não é isolado. Em 9 de julho, o petista Marcelo Aloizio de Arruda, de 50, foi morto a tiros pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, em Foz do Iguaçu (PR).
Arruda comemorava o seu aniversário com temática de um partido político em uma associação esportiva da cidade quando Guaranho entrou com seu carro no local gritando apoio a outro candidato. Após discussão, Jorge baleou o amigo, que morreu após ser socorrido.
A Polícia Civil do Paraná concluiu o inquérito e indiciou Guaranho por homicídio duplamente qualificado, motivo torpe e por causar perigo comum. Em 10 de agosto, o policial penal federal recebeu alta hospitalar e, posteriormente, foi preso e levado para penitenciária de São José dos Pinhais.
Fonte - Metrópoles *com várias adaptações