Condenado pelo TCU por suposto uso irregular de diárias durante a operação Lava-Jato, ex-coordenador da força-tarefa afirma que a mais alta Corte de Justiça do país é leniente com corruptos. No STF, ministro torna o ex-senador Magno Malta réu em processo por calúnia
No vídeo, o ex-procurador e candidato a deputado federal diz que o Supremo tornou-se "uma mãe para os corruptos do nosso país". - (crédito: Reprodução/Youtube)
Condenado pelo Tribunal de Contas da União por supostos pagamentos irregulares de diárias durante a Operação Lava-Jato, o ex-procurador e candidato a deputado federal Deltan Dellagnol (Podemos-PR) partiu para o enfrentamento com outra instituição da República: o Supremo Tribunal Federal.
Em vídeo de campanha, Dallagnol afirma que o STF se tornou uma "casa da mãe Joana". "Pessoal, essa casa até pouco tempo era conhecida como a Suprema Corte do país, e é uma casa essencial para a democracia. Mas infelizmente ela se tornou a casa da mãe Joana, uma mãe para os corruptos", afirma o ex-coordenador da força-tarefa.
Dallagnol, contudo, procura modular o ataque ao Supremo. Afirma haver "uma honrosa resistência de parte de seus integrantes" à tolerância com a corrupção. "Por aqui passou a anulação de sentenças, a soltura de corruptos, o fim da segunda instância e muito mais", protesta Dallagnol, com uma imagem de fundo da mais alta Corte de Justiça do país.
O ex-coordenador da Lava-Jato diz, ainda, sem citar nominalmente Luiz Inácio Lula da Silva que houve, no STF, "uma metamorfose de um político que passou de presidente condenado por corrupção para candidato a presidente". Por fim, Dallagnol afirma que somente um Congresso íntegro, com parlamentares comprometidos com o combate à corrupção, pode por fim a melhorar a escolha para ministros do Supremo.
Calúnia
Nesta sexta-feira (16/9), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou para tornar o ex-senador e pastor bolsonarista Magno Malta (PL-ES) réu por calúnia contra o também ministro do STF Luís Roberto Barroso.
O caso foi levado ao STF pelo próprio Barroso. O ministro entrou com uma queixa-crime depois que foi acusado de violência doméstica pelo pastor.
Para Moraes, que é relator do processo e abriu os votos, Magno Malta teve "vontade livre e consciente de imputar falsamente" um crime a Barroso. O ministro também argumentou que a liberdade de expressão não permite a "destruição da democracia, das instituições e da dignidade e honra alheias".
Fonte - Correio Braziliense