Roger Felipe entrou com uma ação contra o jornalista pedindo uma indenização por abandono intelectual e afetivo
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O processo envolvendo o jornalista Cid Moreira e seu filho, Roger Felipe, ganhou um novo capítulo nessa quarta-feira (14/9). O rapaz, que entrou com uma ação de indenização contra o pai, alegando abandono intelectual e afetivo de Cid e da ex-eposa Maria Ulhiana, que o adotaram quando já era maior de idade, perdeu na Justiça.
De acordo com a sentença, obtida com exclusividade pela jornalista Fábia Oliveira, do Em Off, foi entendido que Roger foi ao Rio de Janeiro (RJ) a passeio com 15 anos de idade, porém, não fixou residência no local de primeira. Também foi comprovado que ele trabalhou em Porto Alegre (RS) em 1996 e que estava matriculado em uma instituição de ensino, no mesmo local, em 1999.
O documento mostra ainda que Roger possui formação pedagógica, o que rompe a tese de abandono intelectual. Ainda segundo a sentença, o que teria acontecido foi um afastamento do jornalista, Maria e Roger.
Entenda
Roger Felipe nasceu em 1976, em Porto Alegre, onde vivia com seus pais biológicos, até que a tia materna, Maria, casada com Cid Moreira, o convidou para passear pela cidade do Rio de Janeiro. Ele tinha apenas 15 anos e, segundo a ação, imaginou que teria melhores condições e chances na vida, caso se mudasse para a cidade .
No processo, o casal é acusado de homofobia e até de trabalho infantil.
Cid Moreira, nascido em 1927, é um contador, locutor, jornalista e apresentador brasileiro. Natural de Taubaté, em São Paulo, ficou conhecido devido a voz grave e única.
Estudante de contabilidade, Cid Moreira começou a carreira trabalhando na rádio Difusora de Taubaté, como contador. No entanto, como já tinha uma bela voz à época, foi convidado para se tornar locutor.
Após se formar, passou a trabalhar na rádio Bandeirantes e na Propago Publicidade. Tempos depois, mudou-se para o Rio de Janeiro e foi contratado pela rádio Mayrink Veiga, onde obteve as primeiras experiências em TV.
Em 1955, Cid Moreira atuou no filme Angu de Caroço e, em 1958, trabalhou como narrador do longa Traficantes do Crime. Em 1963, estreou como locutor em um noticiário da TV Rio. Após isso, trabalhou no Jornal de Vanguarda, passou pela Tupi, pela Globo, pela Excelsior e pela Continental.
Em 1969, retornou à Globo para substituir um jornalista do Jornal da Globo e, tempos depois, passou a integrar a primeira equipe do Jornal Nacional. De 1969 a 1996, Cid Moreira foi âncora do JN ao lado do também locutor Hilton Gomes e depois Sérgio Chapelin.
Após sair do JN, Moreira passou a fazer locuções para reportagens especiais do Fantástico, trabalhando também, de forma esporádica, como apresentador do programa.
Em 1999, passou a narrar o quadro do Mr.M no Fantástico. O sucesso da narração foi tamanho que, quando Mr. M esteve no Brasil, em 2000, o próprio Cid Moreira o entrevistou com exclusividade para o programa. Junto ao trabalho na TV, Moreira também gravou salmos bíblicos. Os CDs com o conteúdo se tornaram um grande sucesso, com milhões de cópias vendidas.
Em 2010, foi lançado o livro Cid Moreira, a Grande Voz da Comunicação do Brasil, escrito pela esposa do ex-apresentador, Fátima Sampaio. No mesmo ano, Moreira gravou a vinheta “Jabulaaani!“ para o Fantástico, nome da bola da Copa do Mundo da África do Sul, e foi um verdadeiro sucesso.
Longe da TV desde então, apenas com aparições esporádicas, Cid Moreira passou a compartilhar um pouco do seu dia a dia por meio das redes sociais. Em 2021, no entanto, teve o nome envolvido em grande polêmica.
À época, os filhos de Cid Moreira entraram com um processo na Justiça acusando a esposa do jornalista de maltratar o famoso e de mantê-lo em cárcere privado, além de vender, sem autorização, a casa do ex-apresentador do Jornal Nacional.
Os filhos do jornalista ingressaram com uma ação para interditar o pai – a quem também acusaram de abandono afetivo. Além disso, Roger Moreira, filho adotivo de Cid, acusou o pai de tê-lo deserdado e revelou à imprensa uma carta onde o locutor afirma “ter sido um erro adotá-lo” .
Cid Moreira e Fátima rebateram as acusações dos filhos do jornalista e disseram ter a “consciência tranquila”. “Tenho a melhor esposa do mundo, a melhor amiga que eu poderia ter, sou realizado e posso afirmar com tranquilidade que não quero reconciliação com ninguém”, disse Cid .
A história, que parece não ter fim, ganhou novo capítulo no início de abril de 2022. Segundo o jornalista Leo Dias, foi protocolado na Justiça, a pedido do advogado de Roger Moreira, um inquérito para apurar crimes praticados pelo jornalista e por Fátima contra o rapaz.
No processo, o casal é acusado de homofobia e até de trabalho infantil.
Cid Moreira, nascido em 1927, é um contador, locutor, jornalista e apresentador brasileiro. Natural de Taubaté, em São Paulo, ficou conhecido devido a voz grave e única.
De acordo com Roger, Cid e Maria não teriam providenciado o necessário para que ele continuasse com seus estudos. Ainda segundo a ação, ele passou a trabalhar para o casal, sem receber qualquer remuneração em retorno. Em 2001, Cid e Maria finalmente adotaram Roger, que estava com 25 anos de idade e não possuía instrução, estudos, amigos ou um ofício.
Outra Versão
Em entrevista à Quem, em agosto deste ano, o jornalista deu sua versão da história e revelou que ter adotado Roger foi o maior arrependimento de sua vida. “A história é o seguinte. Esse homem (O Roger) é sobrinho da minha ex-mulher. Os pais dele ainda estão vivos. Então, ele era um garoto inteligente, mexia em som. Quando comecei a gravar a Bíblia foi com ele, mas sou um cara exigente e quando não gosto de uma gravação, eu repito mil vezes, se for necessário. Eu queria gravar e o cara ficava de má vontade. Agradeci e dispensei. Não quer trabalhar aqui, vai trabalhar com a ex no salão de beleza dela”, explicou.
“Influenciado por ela, acabei adotando ele por gratidão, porque ele estava trabalhando comigo. Sei lá porque fiz isso. Foi a maior besteira que eu fiz na minha vida. Esse cara vai para mídia falar que eu estava mal-alimentado. É um absurdo total, porque nem na minha época de infância que meu pai era pobre, nós passamos fome. Muita gente acreditou nisso e entrei em um pesadelo. Mas a verdade é uma só. Entraram na justiça e perderam”, finalizou ele.
Fonte - Metrópoles