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Família pede ajuda para menina de 6 anos que perdeu movimentos após acidente de trânsito

No início deste ano, Lara, na época com 5 anos, sofreu traumatismo cranioencefálico após o carro em que ela estava com a família sair da pista e capotar, em Osório, no sul gaúcho. Hoje, sem conseguir falar ou andar, os pais pedem ajuda para financiar o tratamento da filha: "Tudo o que envolve reabilitação após um acidente dessa gravidade é muito caro"

Lara sofreu traumatismo cranioencefálico no acidente (Foto: Arquivo pessoal)

No dia 11 de janeiro deste ano, a vida da pequena Lara Ritzel Carlosso, 6 anos, de Porto Alegre, mudou completamente. A gaúcha, na época com 5 anos, voltava da praia quando sofreu um acidente. No carro, além de Lara, estava sua mãe, grávida, e os avós maternos. Segundo a família, o pneu explodiu fazendo com que o avô, que dirigia, perdesse o controle do veículo e capotasse. A menina foi a única que teve ferimentos graves. Com o impacto, Lara bateu a cabeça e teve traumatismo cranioencefálico, fratura exposta em dois lugares e quebrou uma vértebra cervical e uma lombar.

Foram longos 14 dias na UTI e quarenta de internação. Em março, ela finalmente recebeu alta, mas, devido à gravidade, ficou com diversas sequelas: não caminha, não fala, não come sozinha. Lara não tem movimentos coordenados e, por isso, precisa de tratamento para poder se recuperar completamente. "Segundo os médicos, temos que estimulá-la ao máximo", disse a família.

Em entrevista à CRESCER, Larrissa Ritzel Hoffmann, mãe de Lara, recordou como foi o acidente, o tempo em que a filha permaneceu internada, como tem sido sua recuperação e pediu ajuda dar continuidade ao tratamento. Para isso, a família criou uma vaquinha online. "Tudo o que envolve reabilitação após um acidente dessa gravidade é muito caro", disse a mãe. Confira, a seguir a entrevista completa.

CRESCER: Você ficou consciente após o capotamento? O que lembra?

Larrissa Ritzel Hoffmann: O acidente aconteceu por volta do meio-dia do dia 11 de janeiro de 2022. Estávamos voltando da praia. Foi na Freeway, na altura da cidade de Osório. No carro estávamos em quatro: Lara, eu, minha mãe e meu pai. Na época, eu ainda estava grávida do meu segundo filho, Arthur. Eu fiquei consciente, sim. Lembro que, durante o capotamento, fiquei procurando Lara dentro do carro com o braço esquerdo e, por isso, tirei o ombro do lugar. Depois que o carro parou no acostamento, consegui sair sem ajuda, fui me arrastando para procurar a Lara e, quando vi, ela estava um pouco à frente do carro. Ela foi ejetada antes de o carro capotar e, por muito pouco, ele não parou em cima dela. Vi que ela estava desacordada e algumas pessoas já estavam em volta ajudando e ligando para a emergência.

Veículo capotou e Lara foi ejetada para fora (Foto: Arquivo pessoal)

CRESCER: Como foi receber a notícia sobre o estado de saúde dela?
LRH: Foi um pesadelo! Logo depois que as ambulâncias chegaram, fomos levados para um hospital de Gravataí, o mais perto do local do acidente. Quando chegamos, alguns dos nossos familiares e amigos já estavam lá. Eu, minha mãe e meu pai fomos logo atendidos e ficamos juntos. Eu fiquei a todo momento pedindo noticias da Lara, mas ninguém me informava nada, apenas falavam que ela estava sendo avaliada. Meu ex-esposo, pai da Lara, saiu do trabalho e já chegou ao hospital pedindo para vê-la, mas informaram que ninguém poderia ver ou ficar com ela. Depois de muita insistência, disseram que o caso era grave e ela precisava ser transferida para Porto Alegre, onde teria um atendimento mais especializado. Lá, Lara passou por uma cirurgia de emergência no cérebro. Depois disso, os médicos informaram que o caso era mais grave do que tinham previsto e que nada pôde ser feito na cirurgia. Ela foi colocada em coma induzido e apenas nos disseram para 'rezarmos muito', pois não sabiam dizer se sobreviveria. Eu fui informada sobre a gravidade apenas no dia seguinte. Só pensava em me manter forte por ela e pelo meu filho, que ainda estava na minha barriga.

CRESCER: Como foram os dias de internação?

LRH: Foram cinco dias de coma induzido até 14 de Janeiro, quando tiraram as medicações e nos informaram que ela poderia estar com morte cerebral. No dia 16, descartaram essa possibilidade e nos avisaram que ela estava em coma, que poderia acordar a qualquer momento ou simplesmente nunca mais acordar. No dia 24, ela foi transferida para a UTI de outro hospital, onde teria um melhor acompanhamento, já que acreditaram que ela pudesse ficar meses naquela situação. No dia 4 de fevereiro, Lara finalmente acordou do coma, teve abertura ocular, só que não respondia a nenhum estímulo. Até sua alta hospitalar, em 22 de março, ela ainda não interagia com o ambiente de nenhuma forma. Foi apenas em casa, com muito esforço de todos os familiares, que ela foi evoluindo.

Foram 40 dias no hospital (Foto: Arquivo pessoal)

CRESCER: Como tem sido a evolução dela desde a alta?

LRH: Impressionante! A cada consulta, os médicos que a atenderam no hospital se impressionam com a evolução que ela tem tido em casa. Foi aqui que ela iniciou a fala, os movimentos, recuperou a memória e consciência, foi realmente impressionante, pois ninguém esperava que ela se recuperasse tanto por conta da gravidade do acidente. Ela ficou com um abaulamento no crânio, como foram várias fraturas. Nós estamos muito felizes com a evolução dela, mesmo faltando muito ainda para ela ser a garotinha que era antes.

Lara precisa de ajuda no processo de reabilitação (Foto: Arquivo pessoal)

CRESCER: Como ela se comunica com a família?

LRH: Logo que ela veio para casa, depois de muitos estímulos da família, ela começou a se comunicar piscando os olhos. Em seguida, ela teve uma evolução dos movimentos do lado direito e começou a apontar e até pegar o que queria. Agora, ela tenta falar ou ainda aponta, tanto para onde quer ir quanto para o que quer comer. Faz também sinal de "joinha" para "sim" e balança a cabeça para "não". Ela expressa as emoções pelo rosto, faz cara de braba, triste, medo, surpresa... consegue se comunicar da forma dela, nós entendemos e ela retribui com um sorriso sempre.

CRESCER: O que vocês precisam para o tratamento?

LRH: Infelizmente, tudo o que envolve reabilitação após um acidente dessa gravidade é muito caro. Lara precisa de acompanhamento com fisioterapia, fonoaudióloga, nutricionista, terapeuta ocupacional e psicólogo, além de todas as especialidades dos médicos que acompanham ela. E nessa reabilitação gasta-se muito. Além dos medicamentos mensais, ela agora também precisa de aplicações de toxina botulínica, para tentar recuperar os movimentos do lado esquerdo. Também entramos na Justiça pedindo para que o convênio financie o tratamento pediasuit [recomendado para pacientes com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor], que foi indicado pelas fisioterapeutas, mas que não temos condições de pagar.

CRESCER: Lara pode voltar a ter uma vida normal?

LRH: Já ouvimos de tudo. Durante o coma, os médicos duvidaram que ela iria acordar, e ela acordou. Todos duvidaram que ela recobraria a consciência e, a cada progresso da Lara, sempre teve profissionais e conhecidos que acharam que a evolução pararia por ali, mas ela segue surpreendendo a todos. No entanto, sabemos que, para ela caminhar sozinha, vai demorar uns anos, pois será preciso fazer uma cirurgia, segundo os fisiatras que a acompanham. De acordo com os fisioterapeutas, após a cirurgia, será preciso um tratamento de reabilitação. Para as fonoaudiólogas, a recuperação está indo muito bem, está mais rápida do que se esperava. A Lara aprende muito rápido e é bastante esforçada, o que, para uma criança de 6 anos, é perfeito. Por isso, acreditamos que ela vai, sim, se recuperar totalmente e terá uma vida normal de novo.

Larrissa com a filha (Foto: Arquivo pessoal)

Fonte - Revista Crescer

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