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CULTURA/LAZER - Saiba por que o hip hop é considerado patrimônio cultural imaterial de Goiânia

Lei classifica o Hip Hop como uma expressão social, artística e política, composta pelo grafite, o break, MC e o DJ. Cultura, Veja locais de Goiânia que são marcados por esse traço cultural.

Batalha de rimas por MCs e mural grafitado em viaduto de Goiânia — Foto: Cleubismar de Jesus e Secretaria Municipal de Cultura de Goiás

O Hip Hop foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial de Goiânia pela Câmara Municipal e pela Prefeitura da capital. A lei classifica o Hip Hop como uma expressão social, artística e política, composta pelo grafite, o break (dança de rua), MC e o DJ.

Após o projeto de lei ser aprovado na Câmara Municipal, a lei foi sancionada pelo prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos) na terça-feira (19) e publicada no Diário Oficial no mesmo dia.

Ao g1, o secretário municipal de cultura de Goiânia, Zander Fábio, explicou que na capital a cultura do Hip Hop é "extremamente forte" e que essa é uma das ações para simplificar a realização das atividades de incentivo a esse tipo de expressão artística.

"O Hip Hop reflete a própria cultura goiana e seu movimento tem uma grande inserção no que diz respeito ao mercado da moda, da beleza, da música, da dança e das artes visuais", explica o secretário.

Beco da Codorna em Goiânia — Foto: Divulgação/Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia

De acordo com o diretor artístico da Casa de Cultura da Juventude de Goiânia, o produtor Cleubismar de Jesus, também conhecido como CDJ, o Hip Hop ganhou força na capital no ano de 1989, com ações realizadas na Avenida Goiás e passou a "criar corpo dentro da cidade."

"Hoje Goiânia é dita como a capital do sertanejo, mas a cultura do hip hop aqui é muito presente e está em todos os cantos", explica Cleubismar.

O projeto de lei que tramitou na Câmara Municipal de Goiânia menciona como exemplo os diversos coletivos existentes em diferentes regiões da cidade e que são responsáveis por batalhas de MC's. Além disso, cita alguns dos espaços utilizados para a prática de rima e da batalha de rap. São eles:

Beco da Codorna;
Túnel Jaime Câmara;
Feira Hippie;
Estação Ferroviária;
Feira Aberta da Paranaíba;
Coreto da Praça Cívica.

Artistas de rap em Goiânia — Foto: Arquivo pessoal/Cleubismar de Jesus

Outro exemplo citado por Zander e Cleubismar quanto a manifestação do Hip Hop na cidade foi o grafite, que vem tomando conta de murais, prédios, viadutos e museus. Isso, porque no mesmo dia em que foi sancionada a lei que torna o hip hop patrimônio cultural imaterial da capital, também foi sancionada a que reconhece as práticas do grafite e do muralismo como manifestações artísticas de valor cultural.

"Isso ajuda a quebrar o preconceito que as pessoas ainda têm com o grafite, o relacionando com vandalismo, sendo que é manifestação artística", acrescentou Cleubismar.

As estruturas do Complexo Viário Jamel Cecílio e do Viaduto Iris Rezende Machado, que foram inaugurados em maio e junho deste ano, carregam consigo a identidade de artistas goianos através de suas cores e formas.

Recentemente, após o incêndio do viaduto João Alves de Queiroz e a retirada de mais de 60 placas que foram danificadas pelo fogo, a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) da capital falou sobre o objetivo de retirar as demais placas que restaram e "substituí-las por obras de arte urbana".

Arte em homenagem ao cantor Leandro, em viaduto de Goiânia, em Goiás — Foto: Divulgação/Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia

Fonte G1/Goiás
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