Coronel João Carlos Oliveira é suspeito de integrar uma organização criminosa investigada por fraudar documentos para tomar posse de terras
Material obtido pelo Metrópoles
O coronel da Polícia Militar de Goiás (PMGO) João Carlos de Oliveira (foto em destaque), 49 anos, lotado como comandante do 13º Comando Regional, em Posse (GO), acabou preso pela suspeita de integrar uma organização criminosa investigada por fraudar documentos para tomar posse de terras em Abadiânia (GO), no Entorno do Distrito Federal, e em Caldas Novas (GO).
De acordo com denúncia do Ministério Público de Goiás, o grupo aproveitava que as terras estariam supostamente abandonadas pelos verdadeiros donos para aplicar o golpe. A ideia dos criminosos seria fraudar uma procuração junto a um cartório para, posteriormente, repassar o imóvel.
Em uma das propriedades, a Fazenda Vaca Brava, em Abadiânia, o militar é acusado de ameaçar o caseiro do local para afugentá-lo. Segundo a investigação, após a falsificação do documento, o coronel se apresentou como novo proprietário, na companhia de um suposto novo caseiro, também integrante do grupo, onde, ambos armados, expulsaram o trabalhador da fazenda.
De posse irregular da terra, o coronel, ao perceber a aproximação de pessoas, acionava o batalhão da PMGO mais próximo, alegando que estariam invadido a propriedade dele.
“O coronel, visando proteger as terras, utiliza-se da sua posição social e seu cargo para intimidar o caseiro e os verdadeiros donos que poderiam tentar reaver a posse”, destaca a denúncia do Ministério Público ao qual o Metrópoles teve acesso. “Ressalta-se que este coronel está morando dentro da propriedade rural, utilizando viatura policial descaracterizada”.
O mentor do grupo ainda teria prometido ao militar 18 alqueires das terras da fazenda. Além disso, foi identificado que o policial permitia a extração ilegal de eucaliptos na região.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar de Goiás (PMGO), mas, até a publicação desta reportagem, não obteve retorno. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
Fraude de certidão
Um caso parecido ao de Goiás resultou em operação nas primeiras horas desta terça-feira (21/6), quando a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desarticulou um grupo criminoso especializado na falsificação e no uso de documentos forjados para simular a propriedade de fazendas milionárias em Goiás. Uma delas está avaliada em cerca de R$ 15 milhões, e outra, em R$ 10 milhões. Um dos presos é o empresário José Fuscaldi Cesilio, mais conhecido como José Tatico, 81 anos, além de um dos filhos dele.
A Operação Looping 2, conduzida pela Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes (Corf), cumpriu oito mandados de prisão temporária e 11 de busca e a apreensão no Lago Sul, Vicente Pires, Águas Claras, Setor de Indústrias Gráficas (SIG), Guará, Gama, além dos municípios goianos de Padre Bernardo, Mimoso, Águas Lindas e Goiânia. Os policiais apreenderam documentos em um órgão público localizado do SIG.
Entre os alvos também estão um ex-tabelião (alvo da 1ª fase), um tabelião interino, o CEO de um escritório de advocacia do Lago Sul e outras três pessoas que ajudaram na fraude. A reportagem apurou que o CEO do escritório responde como autor de um termo circunstanciado por exercício ilegal de profissão. Ele teria se passado por advogado.
De acordo com as investigações, um antigo tabelião do cartório de notas e registro civil de Limeira (MG) havia falsificado documentos, entre eles uma certidão da Terracap, e invadido uma expressiva área pública que teria sido dada como garantia de empréstimo.
Os envolvidos no crime responderão pelos crimes de falsidade ideológica, falsificação de documentos, uso de documentos falsos, esbulho processório e associação criminosa.
Fonte - Metrópoles
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