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Preço do ovo no DF sobe 12% em 12 meses; entenda motivos para aumento

Substituto para proteína quando valor da carne dispara, reajuste é maior do que inflação no período, que ficou em 9,55%, segundo IBGE. Aumento da demanda e dos custos de produção interferem no preço.

Ovos embalados para a venda, em imagem de arquivo — Foto: Patrick Pleul/AFP

A alta no preço das carnes fez com que o substituto natural para a proteína no cardápio também disparasse. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na variação acumulada em 12 meses, o preço do ovo subiu 12,19% em Brasília, enquanto a inflação, no mesmo período, foi de 9,55%.

O valor, no atacado, para uma dúzia de ovos no Distrito Federal passou de R$ 5,40, na última semana de fevereiro de 2021, para R$ 6, até a última sexta-feira (18). Os dados da Ceasa-DF consideram o preço máximo encontrado para o alimento.


“Quando a carne sobe de preço, logo a população começa a buscar outras alternativas que se encaixam no bolso”, diz o pesquisador do IBGE Bernardo Viscardi.

Segundo especialistas, o aumento na procura e a alta nos custos de produção são a explicação para a alta no preço ao consumidor. Atualmente, segundo o pesquisador Bernardo Viscardi, boa parte do produto à venda no Distrito Federal vem de Goiás (saiba mais abaixo).

ALTO CUSTO DE PRODUÇÃO

Galinhas em granja para produção de ovos, em imagem de arquivo — Foto: TV Globo/Reprodução

O preço do ovo está diretamente ligado ao valor das outras proteínas animais, explica Bernardo Viscardi, supervisor das pesquisas trimestrais da pecuária do IBGE. Os ovos se tornaram uma opção diante do aumento, por exemplo, de 15,59% do contrafilé e de 23,12% do acém, de acordo com a variação acumulada em 12 meses do IPCA. O preço do frango inteiro também subiu: 14,66% no mesmo período.

Com mais demanda, os produtores encontram oportunidade de repassar os elevados custos de produção para o consumidor. “Toda a pecuária está com um custo de produção alto, mas produtos como os ovos encontram uma resistência maior para subir de preço”, diz Viscardi.


“Com o aumento da carne, surge uma oportunidade para marcar o preço um pouco acima, senão, a cadeia começa a operar no prejuízo”, aponta o pesquisador.

Viscardi explica que, ao longo do ano passado, o milho e a soja, usados para alimentar as galinhas, tiveram um aumento significativo. “Ficaram, na média, mais de 40%, 50% mais caro, e isso não foi repassado imediatamente para o consumidor”, destaca.

Além disso, o aumento no preço dos combustíveis e de outros produtos agrícolas, como fertilizantes, têm impactado a produção e, consequentemente, o valor dos alimentos. Esse cenário é provocado também pelo conflito entre Ucrânia e Rússia, um dos principais fornecedores de fertilizantes para o Brasil.

PEQUENOS PRODUTORES SÃO OS MAIS PREJUDICADOS

Diante desse cenário, Pedro Nunes é um dos que precisaram suspender a produção de ovos. Ele tinha uma pequena granja no Distrito Federal.

“O preço do milho começou a subir, passando dos R$ 100, e a ração segue no mesmo ritmo. Começaram a subida quando o dólar disparou e não voltou mais. Antes era R$ 50″, conta.


“Se tornou inviável ao pequeno produtor, aquele que tem agricultura familiar, manter o sistema funcionando. Quem dirá com lucro. Em 3 anos, o prato simples da roça virou artigo de luxo”, diz Pedro

QUEDA DA PRODUÇÃO

Homem trabalha em granja de produção de ovos caipiras, em imagem de arquivo 
Foto: TV Globo/ Reprodução

A queda na produção de ovos no DF também impacta nesse cenário. Na comparação entre o acumulado de 2021 e o de 2020, a produção caiu 4,5%, segundo um levantamento IBGE.

Em 2021, a produção de ovos no Distrito Federal foi de 13,69 milhões de dúzias. Em 2020, havia chegado a 14,34 milhões de dúzias.

Considerando o 4ª trimestre do ano passado, o cenário é diferente. Houve um aumento de 7,2% em relação ao trimestre anterior do mesmo ano. No entanto, em comparação com o mesmo período de 2020, foi registrada estabilidade na produção, mostram os dados do IBGE.

A queda na produção está relacionada a fatores como a necessidade de alguns produtores deixarem o setor, além da destinação do produto.


“No DF, a maior parte da produção é para criar frangos de corte ou galinhas poedeiras para recuperar plantel [animais reservados para reprodução],” diz o pesquisador Bernardo Viscardi.

Produção ovos no 4° trimestre de 2021 no DF
1,26 milhão de dúzias para consumo: 34,4% da produção total
2,41 milhões de dúzias para incubação: 65,5% da produção total

Viscardi explica que a baixa produção de ovos para consumo no DF faz com que o alimento venha de outros estados, como Goiás. Dessa forma, aumenta também o valor pago pelo frete, impactando ainda mais no bolso do consumidor.

FONTE: G1-DF

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