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Sérgio Moro está de volta para embolar o meio de campo da 3ª via

Bolsonaro, e não Lula é quem mais teria a perder se ele fosse candidato a presidente em 2022

Por Ricardo Noblat - Metrópoles


Se de fato admitir disputar a eleição presidencial do ano que vem, a princípio o ex-juiz Sérgio Moro, depois do exercício da advocacia em uma grande firma nos Estados Unidos, servirá mais para embolar o meio de campo entre os aspirantes a candidato da chamada 3ª via do que assustar Lula e Bolsonaro.

Moro desembarcou, ontem, no Brasil e deverá filiar-se ao PODEMOS em cerimônia marcada para o próximo dia 10 no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. A exemplo de Rodrigo Pacheco (MG), que se filiou ao PSD, não deverá anunciar sua candidatura nem a presidente nem a nada.

Por que apressar-se? Para virar alvo desde já de ataques dos seus adversários? A filiação bastará para que todos saibam de sua disposição para influir na escolha do sucessor de Bolsonaro. Poderá fazê-lo como candidato a presidente, a vice, a governador do Paraná, a senador ou apenas a cabo eleitoral de outro nome.

Sem que até agora tenha sugerido o que de fato pretende, Moro pontua bem nas pesquisas de intenção de voto. Na mais recente do PoderData, divulgada na semana passada, apareceu em terceiro lugar com 8%, atrás de Bolsonaro com 28% e de Lula com 35%. Não é nada, não é nada, mas já é alguma coisa a ser levada a sério.

Diretor da Quaest, Consultoria e Pesquisa, Ph.D. em ciência política, Felipe Nunes disse ao jornalista Vicente Nunes, do Correio Braziliense, que Moro não teria dificuldade de atingir 30% das intenções de voto caso aglutine as candidaturas esboçadas até aqui, mas esse parece um sonho improvável de materializar-se.

Se João Doria, governador de São Paulo, for o candidato do PSDB, ele irá até o fim para ganhar ou perder. Se o candidato for Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, aí haveria espaço para entendimento. A candidatura de Ciro Gomes simplesmente é irremovível. A de Pacheco, a depender. Quem mais?

Moro é o nome que mais atrai a parcela de eleitores que odeia Bolsonaro e Lula. É com tal cacife que ele se apresenta, embora ainda não tenha decidido seu destino. A resistência da classe política a apoiá-lo é grande. Direita e esquerda o acusam de ter demonizado a política quando comandou a Operação Lava Jato.

Há resistência dentro do próprio PODEMOS. Deputados acham que ele prejudicaria sua reeleição. Querem estar à vontade para votar em qualquer outro nome ou em nenhum, mas não querem dividir com um candidato a presidente a milionária verba dos fundos partidário e eleitoral. Meu quinhão primeiro. Sabe como é.

Quem mais teria a perder com Moro candidato é Bolsonaro. É dele que Moro subtrairia votos. Os dois correm na mesma raia.

Fonte - Metrópoles

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