Jesus sendo atacado por satanás (Foto: Reprodução/Rede Globo)
Por Celso Alonso
Críticos da abertura da economia durante o período mais crítico da pandemia do Covid-19, agora não abrem mão da realização do carnaval no próximo ano sem a menor preocupação sobre as possíveis consequências de reinfestação da população em uma possibilidade de quarta onda, que já se assola os países mais desenvolvidos, fazendo que com esses decretem novos lockdowns.
Vários artistas, apresentadores da chamada “turma da lacração”, emissoras de TVs e políticos de oposição antes críticos, inclusive a alta cúpula da CPI da Covid-19 que fizeram duras acusações ao Governo Federal, inclusive responsabilizando o presidente da república Jair Bolsonaro de genocídio por querer a abertura da economia durante o período crítico, hoje defendem a realização da festividade.
Do outro lado, está a turma que defende a não realização da festividade temendo por uma possível proliferação do vírus, em uma quarta onda. A preocupação, segundo especialistas, é para não comprometer o atual momento de controle da pandemia, ou seja, mesmo com a reabertura da economia e o país voltando a crescer, o vírus está controlado e os índices de contágios e mortes estão sob controle e em queda livre. “Mas essa queda pode mudar em caso de não respeito às medidas restritivas que estão sendo retiradas gradativamente. Mas, com sua interrupção da forma que estão planejando, ou seja, a realização das festividades de réveillon e carnaval nas principais capitais, que foram consideradas as portas de entradas do vírus no país, isso pode trazer consequências irreparáveis”, disse um epidemiologista.
Várias campanhas nas redes sociais pedem pela não realização do réveillon e carnaval devido ao risco de contágio. Ainda há a turma que, se aproveitando do momento político, alfinetam o grupo de oposição ao presidente Jair Bolsonaro, que tanto exigiu o cumprimento das medidas restritivas, não concordando com a abertura da economia e agora clamam pela realização das festividades. “No atual momento, os papeis se inverteram. A turma do “Fique em casa quer ir para as ruas e a turma da abertura da economia quer ficar em casa”.
Apesar de a turma mais radical da direita querer o cancelamento das festividades ao não se importar com os impactos econômicos que isso possa gerar para a economia brasileira, esses acreditam que o impacto econômico será bem menor, quase nulo, em relação ao fechamento da economia pelo período do “fique em casa”. “Sair de casa para trabalhar e seguir todas as recomendações sanitárias de higienização e distanciamento social é bem diferente de estar em uma festa com milhares de pessoas se espremendo e sem qualquer cuidado. Nesse caso o risco de contágio é bem superior durante os três dias de festa do que nos dois anos de pandemia e suas consequências podem durar anos, a exemplo do que ocorreu no passado”, completou o epidemiologista.
Na quinta-feira (25) o próprio presidente Jair Bolsonaro foi enfático ao dizer em entrevista concedida a uma rádio baiana que é contra a realização da festa. “Por mim não teria carnaval, mas quem decide não sou eu, pois segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), quem decide são os governadores e prefeitos”.
Para justificar a tese de que existe risco evidente em caso da realização da festa, a explicação do senador por Rondônia Marcos Rogério (Dem) chamou a atenção. Segundo ele a pandemia não foi totalmente controlada e o exemplo mais contundente é que em países de primeiro mundo os casos de Covid-19 estão em alta e crescendo a cada dia devido a quarta onda. “Os casos de Covid estão crescendo no exterior, mesmo em países que possuem um percentual elevado de vacinação. Enquanto isso se discute no Brasil a retomada do carnaval, uma festa muito popular com grande aglomeração e nenhum controle sanitário. Será que vamos repetir o episódio de 2020, quando prefeitos e governadores realizaram festas de carnaval no país inteiro em meio a um cenário pandêmico e, na sequência, culparam o presidente Bolsonaro pela evolução dos casos da Covid-19?”, questionou o parlamentar.
Carnavais cancelados
Em vários estados, governadores e prefeitos estão repensando. Após ouvir parte da população e especialistas, estão cancelando as festividades. Só no estado de São Paulo, por exemplo, segundo a Folha de São Paulo, são pelo menos 70 festividades de carnaval canceladas. Ainda de acordo com o noticioso, cidades do interior do estado são mais incisivas a não realização do evento, ao contrário da decisão momentânea das capitais que insistem na sua realização. Todavia, na capital baiana a festa corre sério risco de não acontecer, segundo apuração do colunista Léo Dias, do Metrópoles. As TVs já teriam sido avisadas sobre a possibilidade de cancelamento do evento.
Por sua vez, o governador Ibaneis Rocha (MDB) disse na última terça-feira (23) estar discutindo detalhes para que a festa seja realizada na capital: Cauteloso ele afirmou que “É possível” a realização, também, das festividades de fim de ano. “Estamos fazendo o estudo e analisando com a Secretaria de Saúde para evitar grandes aglomerações. Estamos em negociação e bem avançados para que exista a festa de Réveillon neste ano e possamos entrar 2022 com a população mais alegre e em alto astral e ter um ano muito feliz”, afirmou.
Pelo visto, a discussão em torno da realização do carnaval no próximo ano tornará a principal discussão nesse período, aonde uns a tomarão com o tom político e outros além de político, desrespeito as normas sanitárias de prevenção. Com a palavra aquele que tiver razão sobre o assunto. Mas após o bater do martelo, seja qual for a decisão, não adianta arrependimento, pois as consequências serão desastrosas.
Fonte - Agencia Satélite
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