Investigadas atuam em presídios do Estado como comparsas dos clientes e seriam responsáveis até mesmo pelo cadastro de pessoas em facção
A Polícia Civil de Goiás prendeu nesta quarta-feira, 16/06, duas advogadas suspeitas de fazerem parte de uma organização criminosa responsável por grande parte do comércio de cocaína no Estado.
Até o final da manhã de hoje, 8 mandados de buscas foram cumpridos por equipes da polícia em endereços vinculados a outros profissionais da Lei.
Investigações iniciadas em 2019 apontaram que advogados, junto a membros de uma facção criminosa, fazem parte de uma associação para trazer droga da Bolívia. Os profissionais da lei atuam em presídios como comparsas dos clientes.
Ainda de acordo com a PC, eles aproveitam o acesso que têm aos detentos para levar e trazer mensagens tratando sobre tráfico de drogas, venda de armas, "batismo" e cadastro de novos membros na facção. As informações repassadas pelos advogados tratam, inclusive, sobre ataques a membros de facções rivais.
153 policiais civis foram mobilizados para cumprir 72 mandados judiciais, sendo 39 de busca e apreensão e 33 de prisão. Além das buscas e prisões, mais de R$ 49 milhões em contas bancárias foram bloqueadas e também sete veículos, sendo dois blindados.
Os investigados também são suspeitos de participarem de uma rede de lavagem de dinheiro com o tráfico de drogas e outros crimes. As investigações apontaram que empresas regulares e de fachada movimentou mais de R$ 150 milhões entre 2017 e 2020, em sua maioria de origem ilícita.
A polícia batizou a operação de Patrocínio Infiel, em referência ao crime previsto no Código Penal, relacionado à conduta do advogado que, no exercício de seu ofício, trai o seu dever profissional.
OAB critica ação
Por meio de nota, a Ordem dos Advogados do Brasil – seção Goiás (OAB-GO) criticou a ação da Operação realizada pela Polícia Civil, na qual eles chamaram de "conduta panfletária da Polícia Civil do Estado de Goiás na divulgação da Operação Patrocínio Infiel. A começar pelo nome, agressivo e desrespeitoso de toda a advocacia goiana e brasileira".
No texto, assinado pelo presidente Lúcio Flávio Dito, a OBA informa ainda que "acompanha com muita atenção o desenrolar da operação desde sua deflagração" e que "aguarda o desfecho das investigações para adotar as providências cabíveis e necessárias que o caso requer".
fonte - Notícias de Goiás
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