Denúncias apontam que ela prometia aplicar uma substância, mas injetava outra, mais barata. Ao menos 40 mulheres caíram no golpe
Rio de Janeiro – Mais mulheres apresentaram denúncias contra a dentista acusada de enganar e deformar o rosto de pacientes em Campos dos Goitacazes, no norte Fluminense.
As denúncias apontam que a suspeita prometia aplicar uma substância, mas injetava outra, mais barata. Pelo menos 40 mulheres de todo o estado relataram problemas com os procedimentos realizados pela dentista Giselle Gomes.
Durante as investigações, que foram publicadas pelo Fantástico, na noite de domingo (2/5), a polícia também descobriu que a dentista teria outras fontes de renda, como funcionária pública em Campos e em São João da Barra, cidade vizinha.
As novas denúncias foram mostradas pelo G1. Entre 2018 e 2020, Giselle foi cedida para a Câmara Municipal de Campos e chegou a ser nomeada para trabalhar no gabinete de dois vereadores. Neste ano, a cessão não foi renovada e ela deveria ter se apresentado, mas não compareceu.
Reprodução/TV Globo
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Em São João da Barra, ela também é concursada e deveria lecionar para crianças. Ela chegou a pedir uma licença em 2018, que expirou no ano passado. Na cidade, ela também deveria ter se apresentado à Secretaria de Educação, mas não foi mais vista, de acordo com o secretário municipal de Educação, Daniel Damasceno.
Golpe
No Instagram, a dentista prometia aos 31 milhões de seguidores um extenso cardápio de procedimentos estéticos — harmonização orofacial, botox, bichectomia, fios e até lipoaspiração.
Para as pacientes, Giselle dizia usar o ácido hialurônico, substância produzida pelo próprio organismo e recomendada para o procedimento. De acordo com a polícia, entretanto, a dentista aplicava o polimetilmetacrilato, o PMMA. O material não é proibido, mas não é indicado para tratamentos estéticos.
O cirurgião plástico Ricardo Frota Boggio, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), alerta sobre os riscos de fazer um procedimento com pessoa não é certificada para realizá-lo.
“Pacientes que procuram outros profissionais que não são médicos têm um índice de complicação bem alto. É fundamental buscar pessoas habilitadas – não apenas para realizar o procedimento com excelência, mas também para resolver quaisquer complicações, caso elas aconteçam”, aconselha.
Além disso, o médico alertou sobre o exercício ilegal da medicina. Há uma extensa lista de perfis que oferecem o serviço no Instagram. Segundo ele, porém, “a rede social é um cartão de apresentação, mas não um sinônimo de competência”.
Fonte - Metrópoles
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