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Eleições 2020 têm 5 chapeleiros, 6 astrólogos e 60 coveiros. Veja ofícios

Tribunal Superior Eleitoral disponibiliza as profissões autodeclaradas de todos os candidatos, entre prefeitos, vice-prefeitos e vereadores

UNSPLASH.COM

Apenas um controlador de tráfego aéreo, um diplomata, um geofísico, um meteorologista e uma ministra do Poder Judiciário (na verdade, uma oficial de Justiça) se candidataram para disputar as eleições municipais deste ano.

Essas são as cinco profissões que menos tiveram candidatos – com exceção das que não tiveram nenhum concorrente, número que não é contabilizado – cadastradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na sequência, há dois senadores, quatro membros do Ministério Público, quatro paramédicos, quatro trabalhadores do curtimento (que mexem com couro e peles), cinco chapeleiros e cinco estatísticos.

As informações foram levantadas pelo Metrópoles, que cruzou duas bases de dados do TSE. O site do tribunal disponibiliza as profissões autodeclaradas de todos os candidatos.

Os dois senadores que irão disputar estas eleições são Vanderlan Cardoso (PSD-GO), que vai concorrer ao cargo de prefeito de Goiânia, e Jean Paul Prates (PT-RN), que disputará a Prefeitura de Natal.

Entre as profissões com menos candidatos, há ainda seis astrólogos, seis engraxates, sete comissários de bordo, oito guardadores de veículos e 10 trabalhadores de tratamento de fumo.

E não para por aí: a lista das profissões menos representadas conta ainda com 17 cortadores e polidores de pedras, 26 carvoeiros, 32 salva-vidas e 38 detetives particulares, além de 60 coveiros.

Pai de santo

O babalorixá Pai Tadeu de Oxalá (PSB) vai disputar o cargo de vereador na cidade de Soledade (RS). Ele se identificou como astrólogo pois o TSE não disponibiliza cargos religiosos como profissão.

“Desde os 13 anos comecei a trabalhar com astrologia, mas acabei deixando um pouco de lado isso e me dedicando mais à religião. Hoje, represento uma família religiosa em Soledade”, comenta.

“A bancada evangélica tomou conta do país e quer colocar goela abaixo de todos nós que só existe o cristianismo no país. Quando a gente se perde na história, a gente se torna escravo dela”, afirma.

O pai de santo afirma que, se eleito vereador, vai trabalhar sobretudo em questões sociais. Ele prevê, de acordo com a cartomagia, que, neste ano eleitoral, a renovação vai tomar conta do país.

“Muitas mudanças no setor político. O país vai ser tomado por lideranças novas. Uma força nova vem para movimentar as eleições deste ano, puxando para 2022”, afirma o líder religioso.

O coveiro

Dentre os 60 candidatos que se autodeclararam como “coveiro”, 59 deles vão concorrer, nestas eleições, ao cargo de vereador e apenas um, a prefeito: Breno Dutra Baeta (Patriota-MG).

Ao lado do engenheiro civil Luiz Fernando, Breno, de 26 anos, vai disputar a Prefeitura de Cristiano Otoni, município no interior de Minas Gerais com 5,1 mil habitantes.

“A ideia da candidatura surge no contexto do cemitério. Me deparei com um autor que falava o seguinte: ‘Se você quer conhecer a organização de uma cidade, vai no cemitério’. E o cemitério daqui é extremamente desorganizado, sem registros, nem quadras”, diz.
O jovem terá dois concorrentes, Carlos Vieira (PP) e Zé Élcio Rezende (PSB). Além de coveiro – profissão que exerce há quatro anos –, Breno trabalha como professor de sociologia, mas deixou o ofício durante a pandemia.

“O cemitério é uma das pautas principais do meu mandato porque precisa de reparos urgentes, até mesmo porque o Ministério Público interviu, mas vamos tratar de outros assuntos também”, complementa.


As mais comuns

Por outro lado, as profissões mais representadas são os agricultores, os servidores públicos municipais e os empresários, que, juntos, representam 19,2% dos ofícios autodeclarados.

Em seguida, figuram no top 10 ofícios mais comuns os comerciante, vereadores, donas de casa, aposentados (exceto servidores públicos), professores do ensino fundamental e do ensino médio, advogados.

Dos 550,7 mil candidatos, mais de 117,5 mil (21,3%) declararam a profissão como “outras”.

Fonte - Metrópoles

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